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CIEJA Cambuci recebe novos participantes do programa Transcidadania

Número de vagas duplicado em 2016

Publicado em: 11/01/2016 14h33 | Atualizado em: 30/11/2020
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No dia 7 de janeiro, o Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) Cambuci, da Diretoria Regional de Educação (DRE) de Ipiranga, recebeu 12 alunos transexuais e travestis que se inscreveram no Programa Transcidadania. O programa da Prefeitura de São Paulo é destinado a oferecer melhores condições e oportunidades de vida para travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social, oferecendo oportunidade de estudo e formação profissional. As participantes recebem uma bolsa para frequentar as aulas. Neste ano, as vagas no programa foram duplicadas. São ao todo 200 vagas.

As alunas entraram uma a uma na sala para realizarem a prova, que define o módulo para qual cada uma vai. “São quatro módulos”, explica a assistente pedagógica educacional do CIEJA, Daniela Cavalcanti Gonini. “Os primeiros dois módulos são do Ensino Fundamental I e o módulo 3 e 4 são para o Ensino Fundamental 2”. Daniela conta que muitas transexuais deixam de frequentar a escola cedo, por conta do preconceito. “Você vai pra escola com medo de sofrer violência… Como você vai se sentir bem? Muitas chegam nervosas por não terem frequentado a escola e por terem sofrido discriminação, mas aqui nós nunca tivemos problema com preconceito”, explica Daniela.

A aluna Vanessa, 39 anos, conta que está animada para começar as aulas. “Na época da escola, eu sofri muito preconceito. Era como se o estudo não valesse nada. É como se você fosse para aula só para sofrer preconceito”, conta. Ela, que veio do Ceará e estudou até a sétima série, conta que já passou por várias dificuldades e conheceu o programa por meio de uma amiga que começou a participar no ano passado. “Muita gente pensa que nós [transexuais] não temos habilidade nenhuma, mas nós somos iguais aos outros. Hoje eu encaro a vida, sigo em frente. O programa é uma oportunidade única”, conclui. Nesse momento Patrícia, que também já terminou a prova, entra na conversa e complementa, animada. “Olha, eu acordei hoje e pensei: Eu estou indo atrás do meu sonho”.

Maria Adélia Gonçalves, coordenadora do CIEJA Cambuci, corrige as provas e determina o módulo de cada participante. Ela explica que o programa hoje é reconhecido e também respeitado internacionalmente. “O programa serviu de espelho para outros países”, ressalta a coordenadora.

As aulas duram 2 horas e 15 minutos e elas podem escolher o melhor horário para frequentarem, de acordo com a demanda da escola. Além das aulas, há também o oferecimento de cursos complementares com temas variados, como mercado de trabalho, atividades políticas, manipulação de alimentos, até mesmo dança e balé. Dany, que nasceu no Amazonas, se inscreveu no programa no ano passado, mas não conseguiu participar por conta das dificuldades financeiras e seus dois filhos. Ela, que foi a primeira a sair da prova, entrou para o módulo 3, ensino fundamental 2. “O programa é muito importante para nós que somos rejeitados. Quanto mais educação, quanto mais cursos, melhor. Depois de terminar aqui, pretendo me formar no curso de enfermagem”, conclui Dany.

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