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Concurso de Mancala Awelé começa nesta terça-feira
Os participantes deverão confeccionar suas próprias peças e tabuleiros e postar nas redes com a #MancalaAweleSME21; jogo de tabuleiro aborda história e cultura do continente africano
Publicado em: 01/06/2021 14h46 | Atualizado em: 01/06/2021A partir desta terça-feira (1) até o dia 28 de junho, a Secretaria Municipal de Educação promove o Concurso Mancala Awelé como política afirmativa para todos os estudantes, servidores e ex-alunos da Rede Municipal de Ensino (RME).
Para participar, os interessados devem confeccionar suas peças, tabuleiros e mantos do jogo e postar nas redes sociais – facebook ou instagram – com a #MancalaAweleSME21, junto do nome completo, escola e série que cursa.
Serão ao todo 13 trabalhos selecionados, sendo 10 na categoria estudante e 3 na categoria de professores, servidores ou ex-alunos. Os nomes dos premiados serão divulgados no dia 2 de julho nas redes da SME, e eles receberão medalhas pelos trabalhos.
As categorias são:
1) TABULEIRO e PEÇAS – Estudantes;
2) TABULEIRO e PEÇAS – Professores / Servidores / Ex Alunos;
3) MANTO – Estudantes;
4) MANTO – Professores / Servidores / Ex-alunos.
O Concurso Mancala Awelé faz parte do programa Jogos de Tabuleiro da SME, que tem como objetivo abordar a história e cultura de quatro continentes por meio de quatro jogos de tabuleiro: Mancala Awelé (África), GO (Ásia), Jogo da Onça (Américas) e Xadrez (Europa).
Origem da Mancala
A Mancala é um jogo de tabuleiro milenar que surgiu no continente africano há mais de 7 mil anos. É considerado por muitos como a família de jogos mais antiga do Mundo. Já foram catalogadas mais de 600 tipos de Mancala, sendo a Awelé apenas uma delas. O nome “Mancala” vem da palavra árabe “nagaala”, que significa “mover”. Como uma alegoria da semeadura, o jogo se vale de sementes que são postas sobre o manto, mas que por vezes podem ser jogadas diretamente na terra, cavando buracos ou riscando linhas para representar as casas do tabuleiro. Talvez seja mais apropriado dizer que as casas dos mantos e tabuleiros são na verdade a representação da semeadura das sementes e colheitas.
Mancala como Valor Cultural e Cosmovisão
O jogo possibilita o desenvolvimento do raciocínio lógico e cálculo com suas inúmeras jogadas e estratégias. Contudo, a Mancala não se basta apenas no aprendizado matemático dos estudantes, ele tem um alto valor cultural e histórico, que por meio de seus símbolos podem valorizar a cultura afro-brasileira, apresentando a cosmovisão africana. Jussara Santo, integrante do Núcleo Étnico Racial (NEER), nos conta que na cosmovisão africana “a competição e o ganhar não é preponderante o que prepondera é a partilha, a coletividade e o trabalho em grupo” e que durante a partida nas semeaduras e colheitas “é preciso pensar que não é possível deixar o oponente sem sementes, que o que importa no final não é ganhar, mas a ludicidade”.
Ela acrescenta que é possível ver a Mancala como uma grande potência para pensar os valores civilizatórios africanos e como contribuição para se ver e aprender “outros jeitos de viver”. Os estudantes são apresentados a essas novas formas de ver o mundo a partir do currículo da cidade que deixou de ser eurocentrado e passou a contribuir para políticas anti racistas e anti xenofóbicas, introduzindo esses novos saberes. Ao entrar em contato com a cosmovisão africana e outras cosmovisões, os alunos “podem se colocar de maneira mais crítica nas redações, por exemplo, e principalmente diante da vida”.
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Mais que um jogo
Isis Ridão, pesquisadora de culturas afro-brasileiras, nos explica que abordar a Mancala apenas como jogo pode ser um erro, já que “a Mancala além de ser divertida, também veicula valores, tanto valores sociais, quanto o modo de pensar numericamente”. Abrindo as portas para a educação matemática decolonial e etnomatemática, que desafiam a ideia da matemática como um conhecimento objetivo, “que apesar do revestimento racional é também um traço cultural que passa também por percepções culturais”. Para Isis a Mancala “não se trata de uma relação apenas com a da atividade fim do jogo, ela mobiliza um conjunto de atividades que são formativas para aquela criança”, possibilitando não apenas a absorção de conhecimentos por meio do aluno, mas promovendo a proposição de ideias e aumentando a capacidade de solucionar problemas dos mais diversos. Trazendo a possibilidade do estudante em se colocar em posições diferentes que vão além da dinâmica do “ganhar ou perder”.
A Mancala é um universo rico que se expressa por meio de mais de 600 tipos. Onde desde a confecção dos seus tabuleiros podem carregar elementos representativos de cada cultura, expressando status e especificidades. Pode ser também riscado no chão, tornando-se uma atividade bastante popular. É uma prática que “faz uso das metáforas que é um indicativo de costumes de cada povo”, acrescenta Isis. As metáforas podem variar de temática sendo mais apropriada às crianças ou aos anciãos e tem um valor educativo muito caro para sociedade.
Como disse Jussara com a Mancala “se pensa partilha, se pensa o encontro, se pensa respeito aos ancestrais e aos mais velhos” é esse movimento que é valorizado pelos estudantes e educadores ao entrarem em contato com Mancala.
Jussara Santos, é “tocadora” de tambor no bloco Afro Ilu Oba de Min. Doutora pela UFSCAR e Mestre pela PUC-SP em Educação e Relações raciais na infância. Em suas pesquisas aborda temas sobre racismo, infâncias, educação infantil e políticas de ação afirmativa em concursos públicos. Atualmente integra o Núcleo Étnico Racial (NEER – SME). Ingressou na RME-SP em 2016 como professora de educação infantil e ensino fundamental I. Sua unidade de lotação é a EMEI Nelson Mandela. Segue ampliando seus voos, desde 2020, cursando Direito.
Isis Ridão Teixeira, é macumbeira, formada em História pela Usp, pós-graduanda em Histórias e Culturas afro-brasileiras e indígenas pel’A Casa Tombada e editora sênior de livros didáticos.
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