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Prefeitura de SP anuncia currículo antirracista e compra inédita de 128 mil bonecas negras para as escolas municipais
Versão impressa dos currículos será distribuída na Rede Municipal; coleção exclusiva de bonecas vai ser utilizada em ações pedagógicas na Educação Infantil
Publicado em: 21/03/2023 12h49 | Atualizado em: 23/03/2023O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes lançou nesta terça-feira (21), no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, a impressão do currículo antirracista e a compra de 128 mil bonecas e bonecos negros e bolivianos que serão destinadas às escolas de Educação Infantil, incluindo a unidades parcerias, para atividades de cunho pedagógico. O evento foi realizado no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.
As medidas fazem parte do “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”, política pública implementada por meio de parceria das secretarias municipais de Educação (SME) e Relações Internacionais (SMRI). O objetivo é combater o racismo estrutural na sociedade a partir da educação, incidindo na formação das próximas gerações.
O documento “Orientações Pedagógicas: povos afro-brasileiros” complementa a tríade de outras publicações já disponíveis que trata dos povos indígenas e dos povos migrantes. Essas populações estão no foco dos trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais (NEER), da SME, que tem por missão fomentar a educação antirracista e não xenofóbica, contribuindo para a valorização da diversidade.
A versão digital do currículo antirracista foi lançada em novembro do ano passado, durante a II Expo Internacional Dia da Consciência Negra. Agora a SME vai enviar, ao longo do semestre, 29.500 cópias impressas para toda a Rede Municipal.
A elaboração foi feita com a participação de profissionais de diferentes setores da SME, sobretudo, aqueles que atuam nas escolas. As Orientações Pedagógicas trazem exemplos práticos de como os profissionais de educação podem trabalhar o tema nas unidades escolares.
Além disso, a publicação fornece subsídio para a implementação da Lei nº 10.639/2003 que obriga as redes de ensino a trabalharem a temática “história e cultura afro-brasileira”, e completa 20 anos agora em 2023.
Bonecas negras e bolivianas
Outra ação anunciada nesta terça-feira (21) foi a aquisição inédita de 128 mil bonecas e bonecos negros e bolivianos que serão destinadas às escolas de Educação Infantil, incluindo unidades parcerias, para atividades de cunho pedagógico e antirracista. A coleção exclusiva foi confeccionada para a Secretaria Municipal de Educação a partir dos princípios do currículo da cidade e do perfil dos alunos atendidos pelas escolas municipais.
As bonecas estão divididas em kits com oito itens, compostos por três bonecos negros, três bonecas negras, um boneco boliviano, uma boneca boliviana e um boneco bebê negro. Cada unidade vai receber entre três e cinco kits, a depender do tamanho da escola. A entrega já foi iniciada.
Os kits são acompanhados por um material informativo, acessível via QR code, com instruções sobre lavagem e cuidados com as bonecas, além da história e concepção da coleção. Também haverá formação para os educadores.
Para o secretário de Educação, Fernando Padula, é fundamental que a cultura antirracista esteja no DNA das escolas para que seja implementada ainda na infância. “Só assim teremos um ambiente diverso e inclusivo, respeitando os preceitos de uma educação integral e com equidade.”
Livros com temática étnico-racial
Mais um desdobramento do “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural” foi a compra de 741.333 livros literários sobre a temática étnico-racial, feita no ano passado, para compor os acervos das escolas municipais e serem distribuídos entre os estudantes por meio do programa Minha Biblioteca.
São 178 títulos diferentes de atores consagrados destinados a diferentes públicos. Para crianças há, por exemplo, obras como “Meu Crespo é de Rainha”, de bell hooks, “Amoras”, de Emicida, e “O Pequeno Príncipe Preto”, de Rodrigo França.
Destinados aos alunos do ensino fundamental e médio, há obras como “Torto Arado”, romance premiado de Itamar Vieira Junior, “Miss Davis”, que conta a história da ativista Angela Davis, além de títulos de Conceição Evaristo, Lelia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus.
Pelo programa Minha Biblioteca, desde 2007, cada aluno da rede recebe dois livros para levar para casa, compor seu acervo pessoal e ser uma alternativa simples e gratuita de acesso à cultura. No ano passado, pela primeira vez, os alunos de ensino médio e EJA também foram contemplados.
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