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Prefeitura realiza segunda edição da Expo Internacional da Consciência Negra de 18 a 20 de novembro

Evento integra a política pública “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”, lançada no ano passado. A programação terá exposições, palestras e shows para o público no Expo Center Norte

Publicado em: 08/11/2022 17h28 | Atualizado em: 08/11/2022
Expo Internacional da consciência negra

de Secretaria Municipal de Comunicação

Sucesso de público em 2021, a Expo Internacional da Consciência Negra terá nova edição nos próximos dias 18 a 20, com exposições, palestras e shows. A Expo é realizada pela Prefeitura de São Paulo, por meio de parceria da Secretaria Municipal Relações Internacionais (SMRI) com as demais secretarias municipais, e tem como objetivo estimular o debate sobre o racismo estrutural, engajando a população em seu combate.

Esta segunda edição propõe discutir a luta do movimento negro no Brasil pela abolição da escravatura, as raízes do racismo estrutural, e difundir a cultura negra, reafirmando a cidade de São Paulo como indutora do debate e das ações para a promoção da igualdade racial no país e na América Latina.

“A política pública ‘São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural’ nasce com a intenção de transformar o ensino nas escolas municipais. Temos uma parceria da SMRI com a Secretaria de Educação (SME) e a Unesco, que pesquisa o ambiente escolar, para entendermos como as crianças são impactadas na educação pelo racismo estrutural. A partir disso, apresentaremos uma formação aos professores visando que tenham uma atuação antirracista. A primeira e a segunda Expo Internacional Dia da Consciência Negra são a parte visível da educação transformadora que estamos propondo. Nelas contamos a história que foi apagada. Na primeira edição, falamos do passado, do presente e do futuro da população negra em nosso país. Neste ano, abordaremos o protagonismo da população negra na abolição da escravatura”, explica a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, idealizadora da política pública.

Para a organizadora da Expo, Elaine Gomes de Lima, a expectativa é que as pessoas se sintam motivadas a agir contra o preconceito estrutural. “É a nossa História. Foi o que produzimos, pois somos protagonistas desta luta diária. Ser negro no Brasil é algo extremamente particular, cada um tem suas vivências e percepções. O autoconhecimento da negritude tem implicações sem volta no intelecto de uma pessoa negra e a militância requer força e coragem de se reestruturar diariamente”, disse Elaine.

Palestras

Já o curador das palestras, Tom Farias, considera a II Expo um passo importante para o combate orgânico do racismo na cidade de São Paulo, pois serve de exemplo para todo o Brasil. Os painéis discutirão temas cruciais sobre o processo de constituição do racismo no estado brasileiro, o papel da abolição da escravatura para a população negra com reflexões sobre que rumo tomar a partir de suas causas e efeitos. “Esta edição vai provocar uma reflexão substancialmente forte para os dias tumultuados em que vivemos: exige um posicionamento em prol do fim do racismo, sobretudo na estrutura do mundo corporativo, cultural e educacional”. Farias salienta ainda que o Dia da Consciência Negra, comemorado na capital desde 2004, estabelecido pela lei municipal 13.707, impulsionou a criação da data em mais municípios e estados. Hoje, mais de mil cidades brasileiras, além de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro celebram o Dia.

A Expo

A partir de três eixos Cultura, Educação e Justiça, a segunda edição da Expo propõe um amplo diálogo com o visitante e contará com acessibilidade a todos os públicos e terá transmissão ao vivo. Autoridades na temática, tanto do Brasil quanto de outros países, realizarão debates sobre diversos âmbitos do racismo estrutural.
O evento contará com espetáculos musicais e apresentações durante os quatro dias. Terá 74 estandes comerciais e 26 institucionais, área expositiva, espaço infantil, denominado “Erê” e alas de “Cultura”, “Educação” e “Comunidade”, além de uma ampla área de alimentação.

O Espaço Cultura celebrará a identidade negra, expondo seus signos, atos icônicos, religiões, gastronomia e expressões artísticas. Seu objetivo é reconhecer e inspirar novas ideias e possibilidades igualitárias. O Espaço Educação apresentará as produções, invenções e descobertas do povo negro e suas contribuições para a sociedade. Haverá também contação de histórias africanas e afro-diaspóricas para crianças, rodas de conversas e jogos típicos africanos. O objetivo é mostrar que é possível educar de forma inclusiva e antirracista.

Já o Espaço Comunidade trará reflexões sobre moda, saúde, música, entre outros temas, e pretende enaltecer a comunidade preta, falar sobre o protagonismo negro e conscientizar seus visitantes sobre igualdade racial, respeito e justiça. Destinado às crianças, o Espaço Erê vai promover uma programação especial para os jovens, com educação lúdica, espaço tátil e diverso, contações de histórias africanas, estátuas vivas de personalidades negras, apresentação circense, entre outras atividades.

Todos os espaços contam com cenografia personalizada, inspirada nas matrizes sociais e culturais africanas e afro-brasileiras.

A Expo contará ainda com um mezanino de debates em que serão apresentados 11 painéis, entre os dias 18 e 20 de novembro. Personalidades e autoridades nacionais e internacionais irão discutir temáticas negras, diversidade, igualdade racial, sociedade, cultura e economia.

Programação

Palco principal:

18/11
13:30 – 14:30 Samba da Vela convida Anderson Tobias (Show)
19:00 – 20:00 Ao Cubo (Show)
21:00 – 22:00 Majur (Show)

19/11
13:30 – 14:30 Samba de Dandara (Show)
19:00 – 20:30 Black Mad e DJ Easy Nylon (Baile Nostalgia)
20:30 – 22:00 Fundo de Quintal (Show)

20/11
10:30 – 11:40 Dexter, Marcivan, Canuto (Painel de debate sobre População Carcerária)
15:00 – 16:00 Luciana Mello e Walmir Borges (Show)
17:00 – 18:00 Luedji Luna e Rincon Sapiência (Show)
19:00 – 20:00 Péricles (Show)

Painéis

18/11
Painel 1 – “Sentido de liberdade: independência, abolição, quilombismo”
Horário: das 10h30 às 11h30
Painel 2 – “Produção literária sob contexto da pós-abolição”
Horário: das 13h00 às 14h00
Painel 3 – “Biografias negras: os retratos do Brasil”
Horário: das 14h20 às 15h20
Painel 4 – “Modernismos e modernidades: os Lima Barreto de hoje”
Horário: das 15h40 às 16h40
Painel 5 – “Racismo no esporte: futebol e afins”
Horário: das 17h às 18h

19/11
Painel 1 – “Processos de apagamentos: práticas do racismo dentro e fora do ambiente corporativo”
Horário: das 10h30 às 11h30
Painel 2 – “Sobre o amor: o que os mitos e a filosofia africana têm a nos dizer”
Horário: das 13h às 14h
Painel 3 – “Herdeiros de Candaces: histórias, heranças e literaturas”
Horário: das 14h20 às 15h20
Painel 4 – “A filosofia pela ancestralidade: histórias, legados”
Horário: das 15h40 às 16h40
Painel 5 – “Sobre racismo e desigualdade ante os medidores sociais”
Horário: das 17h às 18h

20/11
Painel Especial
“População carcerária”
Horário: das 10h30 às 11h30

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