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EMEF recebe visita de grupo de africanos para discutir cultura e desafios migratórios
Encontro faz parte do projeto “África - daqui pra lá, de lá pra cá” que possibilitou troca de cartas com criança ugandesa
Publicado em: 01/06/2023 15h47 | Atualizado em: 01/06/2023
A EMEF Professor Gilmar Taccola, da DRE Itaquera, recebe nesta sexta-feira (2) a visita de um grupo de africanos que integra a ONG PDMIG (Pacto pelo Direito de Migrar – “África do Coração”) que promove trocas culturais, conscientização sobre o movimento migratório e desafios da migração em escolas públicas e privadas.
Os africanos que estarão na escola são: Jean Katumba, da República Democrática do Congo; Monica Vani, do Cabo Verde; Jessicas Ruth Ebaku, da Uganda; Omar Keita, do Senegal; e Nadia Mazouza, do Marrocos.
Ainda como parte do projeto, na semana passada, a brasileira Elisa Pires participou de uma roda de conversa com os estudantes, compartilhou fotos e apresentou o sistema educacional ugandense. Ela esteve em Uganda e ajudou a restaurar a escola Sta. Mary.
Os encontros fazem parte do projeto “África – daqui pra lá, de lá pra cá”, que acontece desde o ano passado, no qual os estudantes do 5ºB ano (que estavam no 4º ano passado) apadrinharam uma criança de 5 anos da Uganda e passaram a estudar sobre a história e cultura da África a partir das cartas enviadas pela menina.
A ideia desse contato partiu dos próprios estudantes. “Esse ano eu peguei a mesma turma do ano passado e perguntei se eles queriam continuar o projeto. Eles falaram que sim animados e deram ideias de como avançar nas atividades. Eles perguntaram se tinha algum ugandense no Brasil e começamos a pesquisar”, contou a professora Analis Montesanti, idealizadora do projeto.
A professora achou a ONG e a educadora Elisa pela internet, através de pesquisas feitas com os estudantes sobre o país. Os africanos apresentarão danças e músicas de suas culturas e seus idiomas. Normalmente os países desse continente possuem dois idiomas e cada visitante falará o seu. Em seguida, será feito um momento para os estudantes fazerem perguntas.
“A parte mais importante desses encontros são as trocas culturais, escutarem deles a vivência deles, verem as pessoas que estão no Brasil e entenderem o motivo de terem que vir pra cá, do porque escolheram o Brasil e as dificuldades que eles encontraram”, disse Analis.
Para receber esse grupo, a escola precisa doar alimentos à ONG. Com isso, um grupo que está realizando o Trabalho Colaborativo de Autoria (TCA) sobre africanidade começou a organizar a arrecadação. Caixas estão sendo colocadas nas salas de aula e os estudantes desse grupo passam nas turmas para explicar a ação. A classe que conseguir um maior número de alimentos ganhará uma visita ao Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera.
“Nosso projeto se chama ‘África: daqui pra lá, de lá pra cá’, nós conseguimos reunir os dois nichos com essas visitas. Daqui pra lá entra a Elisa e de lá pra cá os africanos. Esse projeto era só do 5º ano e se ampliou para a escola inteira, todos se envolvem vendo o engajamento dos estudantes”, falou a professora.
Troca de cartas
No projeto, os estudantes enviam cartas para a menina, Nisha, que responde contando sobre sua vida, sua casa e seu bairro. Eles escrevem coletivamente em português e utilizam o tradutor para passar para o inglês. A partir dos relatos recebidos, a turma estuda, fazendo comparações sobre a cultura do país, relacionando a África com o Brasil.
A professora Analis chegou até a Elisa Pires, educadora que também conversará com os estudantes, através de seus vídeos publicados em redes sociais, onde ela conta sobre sua ida a Uganda e a cultura local.
“Nos comunicamos com a Nisha por cartas enviadas duas vezes ao ano. As crianças questionaram o motivo de não poderem conversar com ela por vídeo chamada. Conseguimos a resposta nos vídeos da Elisa, ela explica que lá a internet é muito cara e que poucas pessoas têm acesso”, disse Analis.
“Nosso projeto se chama ‘África: daqui pra lá, de lá pra cá’, nós conseguimos reunir os dois nichos com essas visitas. Daqui pra lá entra a Elisa e de lá pra cá os africanos. Esse projeto era só do 5º ano e se ampliou para a escola inteira, todos se envolvem vendo o engajamento dos estudantes”, completou a professora.
O projeto auxilia de diversas formas no aprendizado dos estudantes, estimulando que eles usem o que aprendem na escola para ver o mundo. Ainda foi possível a construção de reflexões através do contato direto com a criança africana.
Saiba mais sobre o projeto clicando aqui e acessando a matéria.
Sobre a PDMIG
PDMIG – Pacto pelo Direito de Migrar “África do Coração” é uma organização internacional da sociedade civil fundada e liderada pelos próprios imigrantes. Eles atuam mostrando suas realidades para o público local a fim de quebrar as barreiras culturais, a xenofobia e promover uma integração real destas pessoas com a sociedade.
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