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CEU Casa Blanca investe na inclusão e oferece oficina de libras
Encontros começaram em outubro com duração de uma hora e trinta minutos
Publicado em: 28/12/2015 12h29 | Atualizado em: 30/11/2020No último dia 25 de novembro, o Centro Educacional Unificado (CEU) Casa Blanca, da Diretoria Regional de Educação (DRE) de Campo Limpo, celebrou a finalização da sua primeira turma de Libras – Língua Brasileira de Sinais. A aula contou com a participação especial de Isadora Borges, surda, formada em Comunicação das Artes do Corpo, que fez uma contação de história para os alunos.
Iniciado em outubro – com encontros de uma hora e trinta minutos, duas vezes por semana – o curso básico ofereceu introdução ao universo dos sinais e reuniu interessados de várias áreas, como funcionários responsáveis por Recursos Humanos, professores das unidades escolares, estudantes de pedagogia e moradores da comunidade.
A iniciativa surgiu da parceria entre o Coordenador do Núcleo de Esporte e Lazer, Elton Brito, Especialista em Atividade Física para pessoas com deficiência e formado pelo Instituto Rodrigo Mendes – organização que atua em prol do ensino para pessoas com deficiência – e Mariuza Ataíde, Secretária da Universidade Aberta do Brasil Polo Casa Blanca, pedagoga e mãe de um surdo.
“Com o apoio das coordenações envolvidas, a ideia é que o CEU, como espaço público múltiplo, sirva de modelo para a expansão do diálogo em libras”, disse Gabriel Souza, participante dos encontros, sobre o objetivo central do curso.
“Tivemos uma grata surpresa logo após anunciarmos as inscrições para o curso, porque a procura foi muito grande e as vagas encerraram. Nós estruturamos o curso pensando da parte mais básica para a mais complexa, assim como toda prática de ensino/aprendizagem. Mas, também, pensando na nossa vivência e nos conteúdos de outros cursos que não eram tão usuais. Por isso, montamos uma grade com situações práticas, dinâmicas e também trazendo um pouco do mundo do surdo, porque não basta apenas ter a comunicação com eles, mas saber as dificuldades que enfrentam no dia a dia e entender o que é acessibilidade para o surdo”, relatou o professor Elton Brito, coordenador do Núcleo de Esporte.
Interação – ‘’O curso também possibilitou uma interação maior entre alunos ouvintes e surdos, o que contribui para que o convívio se torne mais natural, desmistificando alguns estereótipos’’, completou Gabriel Souza. ‘’Após dois meses de aulas, a sensação é a mesma entre todos os alunos: a certeza de ter participado de uma aprendizagem ímpar e a vontade de continuar os estudos’’.
Mariane Azevedo, professora que já atuou com educação especial, também conta sua experiência com o projeto. “A dinâmica foi sensacional, esse curso foi muito importante na minha vida. Gostaríamos de continuar esse aprendizado, porque será bom para nós e para todos que estão ao nosso redor”, disse Mariane.
Giovanna Ramos, de 10 anos, é aluna do curso de libras e relatou a importância de seu aprendizado: “Achei muito legal aprender a linguagem dos surdos. Eu sempre penso porque nas escolas não existe a matéria [de libras]? Eu acho que deveria existir desde o primeiro ano. Um dia, quando eu estava na escola, chegou um menino surdo na minha sala e ninguém conseguia falar com ele. Então eu escrevi num papel: Eduardo, você é muito bonito e inteligente. Você sabe conversar com a gente, a gente é que não sabe conversar com você. Espero que você tenha entendido, beijos. Ele conseguiu ler e ficou emocionado”, relatou Giovanna.
‘’A partir de agora, quando se deparar com situação semelhante, Giovanna poderá assumir o papel de mediadora entre aqueles que não falam a mesma língua com a esperança de que um dia o ensino de Libras seja obrigatório nos centros educacionais. Mas esse é só o começo, um novo projeto já está em andamento, com a proposta de oferecer a continuação através do módulo intermediário para a turma recém-formada’’, finaliza Gabriel Souza.
O último encontro com os alunos será no dia 7 de dezembro, ocasião em que serão entregues os certificados de conclusão do curso básico. Além disso, novas turmas deverão ser abertas para atender ao número crescente de interessados.
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