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EMEFs Olegário Mariano e José Amadei promovem aprendizagens com construção de carrinhos de rolimã
Na Rede Municipal de Ensino da cidade de São Paulo, referência em Educação Digital, isso é possível por meio da Educação Maker, que é “aprender fazendo”
Publicado em: 20/12/2024 15h25 | Atualizado em: 20/12/2024O Projeto “Rolimakers”, realizado nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) Olegário Mariano e José Amadei, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Capela do Socorro, responde a questão: É possível promover aprendizagem com carrinhos de rolimã? Eles realizaram o 2º Desafio Rolimakers, na primeira quinzena de dezembro, no estacionamento da Subprefeitura da Capela do Socorro.
O projeto surgiu nas aulas regulares de Educação Digital com o Professor Orientador de Educação Digital (POED) Paulo de Freitas Torra, da Emef Olegário Mariano, em 2023, como parte da implementação do Currículo da Cidade – Tecnologias Para Aprendizagem (TPA).
A etapa final do projeto, a corrida de carrinhos, reuniu estudantes, educadores, famílias, comunidade e autoridades. O professor Paulo ressaltou que, além das questões pedagógicas, a ação envolveu o convívio familiar, e até “a avó andou de carrinho de rolimã”. Ele complementou: “Os estudantes estavam empolgados e nem conseguiram dormir antes do evento”.
Sustentabilidade
Os materiais usados no projeto foram reaproveitados, incluindo doações de pallets, MDF e rolamentos. Além disso, os estudantes selecionaram Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para guiar suas criações. Caio Marques Fernandes, do Núcleo de Tecnologias para Aprendizagem – TPA, da Divisão de Currículo, destacou que a iniciativa promove aprendizagem significativa, resolução de problemas e trabalho colaborativo, fortalecendo o papel das escolas em seus territórios.
Por meio da Educação Maker, que é ‘aprender fazendo’, os estudantes projetaram carrinhos em plataformas 3D, registraram todas as etapas e testaram os protótipos. O projeto conecta diversas áreas do conhecimento, aplicando aprendizagens de forma interdisciplinar e prática.
Fernandes acrescenta que com o projeto “também há o resgate cultural e o envolvimento da comunidade, o que potencializa ainda mais o papel das escolas envolvidas em seus territórios”. Além disso, “demonstra todo o potencial da educação maker para incentivar os estudantes a serem criadores e solucionadores de problemas reais, através da criticidade no uso das tecnologias e de sua utilização autoral”, afirma.
O projeto utiliza o Laboratório de Educação Digital (LED) como espaço central de aprendizagem. Além de resgatar práticas culturais e históricas, também proporciona um ambiente de experimentação ativa.
Trabalho colaborativo
O “Rolimakers” é ancorado em metodologias ativas que promovem o trabalho em equipe e a autonomia na resolução de problemas. Segundo o professor Paulo, os estudantes se engajaram em uma jornada de aprendizado, enfrentando desafios e crescendo juntos. Durante o projeto, cada um do grupo assumiu funções específicas – projetista, mecânico, piloto e outros -, mas também colaborou para superar dificuldades.
Esse ano, a iniciativa fez parte do projeto de Robótica, aconteceu durante o 2º semestre e levou cerca de 3 meses para ser concluída. Os estudantes também utilizaram ferramentas digitais e físicas para construir os carrinhos, explorando conceitos como design, engenharia e segurança.
Os irmãos Pedro e Isaac Miranda Calabrez, do 5º e 6º ano, respectivamente, gostaram da experiência. Pedro lembra que o professor pediu para fazerem o carrinho de rolimã e participarem da corrida. “A gente fez e deu certo! Um monte de pessoas participou”, disse.
Isaac comenta sobre o desafio lançado para montar o carrinho e como o professor organizou a turma em grupos de trabalho. “Ele [o professor] separou a turma em vários grupos. Eu fiquei como projetista. Meu colega, Davi, ficou como mecânico. E o Eduardo como piloto. Às vezes, um que trabalhava em uma coisa, ajudava o outro.” O estudante relatou que mesmo cada um tendo sua função, eles se ajudavam e contribuíram com as a funções uns dos outros, seja quem estivesse escalado para ser projetista, mecânico ou piloto.
Lorena de Melo Carneiro, do 6º ano, destacou que participar do projeto a ajudou a desenvolver habilidades manuais e a trabalhar em equipe. “A parte mais legal foi serrar as peças, aprendi a ter mais habilidade com as mãos e precisei ser mais certeira. A montagem foi rápida, pois usamos um modelo pronto. Mas tivemos que parafusar as cadeiras, o freio e arrumar um rolimã que estava faltando. E, por fim, digo que foi um trabalho incrível com um bom professor e com a colaboração da minha equipe”.
Ampliação do projeto
Em 2024, o professor Paulo apresentou o projeto em formações da Divisão Pedagógica (DIPED), da DRE Capela do Socorro, para inspirar outros colegas. A POED Paula Ramalho dos Santos, da EMEF José Amadei, aderiu à iniciativa. Ela e uma equipe de estudantes construíram 2 carrinhos de rolimã para participar do desafio 2024.
A ampliação do projeto que, este ano, envolveu duas Unidades Escolares, contemplou os alunos dos Ciclos Interdisciplinar (4º ao 6ª ano) e Autoral (7º ao 9º ano) do Ensino Fundamental, reforçando seu potencial colaborativo.
A professora Paula destacou que a experiência de construir algo com os alunos foi significativa. Segundo ela, a iniciativa mostrou como é possível integrar alegria e aprendizado, incentivando mais estudantes a participarem.
2025 e um sonho
O professor Paulo espera que em 2025 o Desafio “Rolimakers” envolva ao menos quatro escolas e se torne um festival aberto à Rede Municipal de Ensino. Ele sonha em transformar a iniciativa em um evento grandioso, como a competição “Ladeira Abaixo” da Red Bull. “Esse é meu sonho”, afirmou o professor.
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