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Seminário sobre hortas escolares reúne cerca de 500 participantes

Ação teve como objetivo socializar e apoiar as práticas das 692 hortas escolares cadastradas e ativas na RME

Publicado em: 29/05/2018 12h56 | Atualizado em: 30/11/2020

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Ocorreu no sábado, 19 de maio, no auditório da Uninove – Campus Vergueiro, o seminário “O Uso Pedagógico de Hortas Escolares”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com as Secretarias Municipais do Verde e Meio Ambiente e do Trabalho e Empreendedorismo. Participaram do evento cerca de 500 pessoas, entre educadores da Rede Municipal de Ensino (RME) e demais interessados na área. Além de fomentar a iniciativa em novas unidades, a ação teve o objetivo de socializar e apoiar as práticas das 692 hortas escolares cadastradas e ativas na RME, de forma que atuem como polos de Educação Ambiental e Alimentação Saudável. A intenção é que as hortas sirvam como instrumento de educação ambiental, educação alimentar e nutricional, e que articulem as ações com as diretrizes do currículo da cidade.

Para o Secretário Municipal de Educação da cidade de São Paulo, Alexandre Schneider, o programa de hortas escolares tem uma série de significados para a educação municipal. “A gente acabou de desenvolver o Currículo da Cidade – o primeiro currículo no mundo que já trabalha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) juntamente com os Componentes Curriculares – e, do ano passado para cá, nós dobramos o número de hortas pedagógicas no município”, observou Schneider. O Secretário também lembrou que trabalhar com as PANCs – Plantas Alimentícias Não Convencionais – pode ser uma excelente proposta para iniciar um trabalho nas escolas. “É algo de preço baixo e muito sustentável”, finalizou.

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A Coordenadora da Coordenadoria de Alimentação Escolar, Patrícia Panaro, falou a respeito dos desafios dessa ação e sobre a importância de compartilhar experiências. “Esse seminário tem o objetivo de mostrar experiências de diferentes atores e em diferentes perspectivas. Temos professores de Educação Infantil demostrando como tratam do assunto com bebês e crianças, a experiência de uma Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBS), mostrando as ações feitas com estudantes com deficiência, e o trabalho da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Desembargador Amorim Lima”, disse Panaro.

Por meio de palestras, socialização de práticas e discussões teóricas, foram abordados conteúdos referentes aos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), hortas pedagógicas, sustentabilidade e compostagem, política municipal de segurança alimentar e nutricional e Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), parte integrante do Projeto Hortas Pedagógicas, instituído pela Lei nº 16.140, de março de 2015.

Para falar sobre o “Panorama atual das Hortas Pedagógicas na SME” esteve Julia Florido, da Divisão de Educação Alimentar e Nutricional da CODAE. Ela abordou o crescimento do número de hortas nas escolas municipais – em 2016 eram 351, em 2017 cresceu para 509 e, em 2018, são 692 hortas ativas e cadastradas na CODAE, que equivale a 18% das unidades escolares municipais. Clique aqui e confira a apresentação.

Os representantes da Escola de Jardinagem da Universidade do Meio Ambiente (UMAPAZ), da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (SVMA), Adão Castanheiro e Brigitte Baun, falaram sobre técnicas de cultivo de hortaliças com base nos princípios da agroecologia. Eles enfatizaram os benefícios das hortas agroecológicas, cultivadas sem componentes químicos e ambientalmente sustentáveis, tanto para a saúde humana quanto dos ecossistemas, compostagem, produção de mudas e reciclagem dos resíduos produzidos. Clique e acesse o site da Escola de Jardinagem da UMAPAZ e saiba sobre os serviços oferecidos.

Representando a Associação Capão Cidadão, Paulo Roberto Clemente da Silva contou sua experiência na elaboração de uma horta pedagógica ao lado de uma unidade escolar da periferia de São Paulo. Por meio da arte e da educação, o projeto ajudou as crianças e jovens a entenderem os aspectos políticos e culturais da alimentação, melhorarem os hábitos alimentares e mudarem parte da realidade da comunidade.

Cristiano dos Santos, do Departamento de Gestão Descentralizada da SVMA, falou sobre as marcas que deixamos no meio ambiente a partir do consumo dos recursos naturais e explicou, também, como montar minhocários e composteiras para auxiliar no cultivo das hortas pedagógicas. Confira um passo a passo para a montagem de uma composteira.

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Experiências

Na sequência, a Comissão Horta Alimentação e Sustentabilidade (CHAS), formada pelas famílias e professores da EMEF Desembargador Amorim Lima, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Butantã, apresentou as ações desenvolvidas na unidade e que, desde 2015, vem crescendo por meio dos 15 membros ativos da comissão. A escola possui horta agroecológica, com plantio de PANCs que também são utilizadas no cardápio dos estudantes semanalmente e desenvolve oficinas de culinária, plantio de mudas, tutoria de horta com estudantes do primeiro ano, entre outras iniciativas. 

Ana Maria Siqueira, do Centro de Educação Infantil (CEI) Assma Curiati, explanou sobre o projeto “O encantamento no olhar pelas primeiras sementes”. Para ela, um dos pontos principais para iniciar um projeto é partir da escuta dos bebês e crianças como fonte para promover o encantamento e as motivações pedagógicas. Confira o material apresentado pela unidade escolar neste link.

A Diretora da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Carlos Drummond de Andrade, da DRE Capela do Socorro, Nilza Maria Vasconcelos, falou sobre o projeto “Horta Pedagógica: é possível…?”. “Nossa horta pedagógica não visa a produção para o consumo da unidade escolar, mas pretende fomentar a alimentação saudável e colaborar na aprendizagem das crianças”, disse Nilza. Para ela, é importante que as crianças saibam qual foi o caminho que o alimento percorreu da horta até a boca. Acesse o material apresentado. 

O projeto da Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBS) Helen Keller também foi apresentado no Seminário. Desde 2011, a escola promove a participação e socialização de alunos com múltipla deficiência em atividade coletivas na horta, a partir de vivências significativas e que incentivam a consciência para a sustentabilidade. Atualmente, no terreno da escola, há 15 canteiros com hortaliças, onde se pode colher alface, couve-manteiga, almeirão, repolho, chuchu, escarola, acelga, tomate, cenoura e mandioca, além de ervas como boldo, capim-cidreira, melissa, alecrim, louro e hortelã. As diversas árvores frutíferas produzem abacate, pêssego, jabuticaba, amora, manga, banana, goiaba, ameixa, pitanga, figo e limão. As mudas e sementes são subsidiadas pela comunidade escolar. A manutenção do terreno é feita a partir de insumos produzidos por meio de processo de compostagem e minhocário.

A assistente de direção Sandra Farah conta que a escola já promoveu eventos de sensibilização com as famílias com práticas saudáveis aos sábados, oficina de interpretação de rótulos, palestras sobre alimentação saudável, oficina sobre como plantar árvores, colheita na horta, degustação de hortaliças e suco detox. Para ela, “a escola deve ser um espaço permanente de inclusão, onde cada indivíduo oferece o que tem de melhor, socializa sua prática e colabora na construção do conhecimento coletivo”.

Acesse a apresentação feita pela EMEBS Helen Keller clicando aqui.

Mais subsídios sobre hortas: Materiais educativos sobre hortas escolares

Acesse a galeria de fotos do seminário.

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