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Secretaria de Educação divulga os dados do IDEP – Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana

Rede Municipal de Ensino apresenta os resultados das escolas no novo Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana – IDEP e evidencia o impacto da nova Matriz de Avaliação, adequada ao Currículo da Cidade e à BNCC

Publicado em: 21/02/2020 19h35 | Atualizado em: 04/05/2021
Índice Do Desenvolvimento Da Educação Paulistana Idep

A Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo divulga pela primeira vez os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana (IDEP), instituído pelo Decreto 58.839/2019. O Índice foi criado para medir o desempenho das escolas da Rede Municipal de Ensino, levando em conta os componentes curriculares avaliados na Prova São Paulo e o fluxo escolar.

Os resultados obtidos ajudam a ilustrar o tamanho do desafio da implementação de um novo currículo nos sistemas públicos de educação no Brasil. Muitas escolas da Rede obtiveram bons resultados no IDEP, atingindo – ou superando – suas metas, enquanto outras estiveram perto de atingir.

Segundo a Coordenadoria Pedagógica (COPED) de SME, esse resultado se deve à incorporação à prova de itens do novo Currículo da Cidade, em implantação desde 2018 e estruturado a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Um exemplo é o componente de álgebra, que no novo Currículo passou a incorporar novos objetivos de aprendizagem, antes cobrados apenas em anos posteriores. Como exemplo, destacamos mais adiante neste texto um típico item de álgebra que era cobrado no ciclo intermediário (7ºa 9º ano) e passou a ser exigido no ciclo interdisciplinar (4ºa 6º ano). A inclusão destes itens na Prova São Paulo, de forma alinhada ao Currículo, foi uma inovação em relação às edições anteriores da avaliação.

Neste sentido, os resultados da rede de São Paulo antecipam uma questão que será enfrentada pelas avaliações externas nacionais nos próximos anos: a atualização da matriz de avaliação do Saeb de acordo com os conteúdos da BNCC e seus possíveis impactos nos resultados obtidos por escolas e estudantes.

Para o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, o novo Índice ajudará a formulação de novas políticas educacionais para a Rede Municipal. “Os resultados possibilitarão a SME a formulação de novas políticas públicas pedagógicas para os estudantes da Rede Municipal. Mais uma vez a cidade de São Paulo está na dianteira com um novo currículo já alinhado à BNCC”, destacou Bruno.

Resultados

Em relação aos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), de um total de 538 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) e Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Médio (EMEFMs) avaliadas, 218 (41%) atingiram a meta prevista para 2019. O IDEP da cidade ficou em 4,6 – a meta para o ano era 4,8.

Imagem com o Gráfico de Anos Finais SME - Idep e Metas

Já no caso dos anos iniciais (1º ao 5º ano), de um total de 545 EMEFs e EMEFMs avaliadas, 94 (17%) atingiram a meta prevista para 2019. O IDEP da cidade foi de 4,7 – a meta para o ano era 5,1.

Imagem com o Gráfico de Anos Iniciais SME - Idep e Metas

2019 foi o primeiro ano de aplicação do IDEP. Será possível a partir de agora obter mais visibilidade das aprendizagens e acompanhar a evolução do Indicador.

 

Ações em curso

Para a Coordenadoria Pedagógica – COPED, os resultados mostram o tamanho do desafio de implementar um novo currículo, o Currículo da Cidade,  numa Rede com mais de 500 escolas e 400 mil estudantes no Ensino Fundamental. Esse processo, iniciado em 2018 com ações de formação e orientação, produção de materiais curriculares, prosseguirá com grande foco nas ações de formação continuada, orientadas para os itens e conteúdos da avaliação onde o desempenho foi menos satisfatório.

O principal objetivo é garantir que as políticas de currículo, avaliação e formação sejam convergentes e coerentes, com os objetivos de aprendizagem do currículo refletidos na avaliação e os resultados da avaliação pautando os conteúdos a serem tratados nas ações de formação.

Além disso, o programa de Gestão do Acompanhamento de Aprendizagens (GAP), implementado como projeto-piloto em 100 escolas em 2019, será estendido em 2020 para todas as EMEFs da Rede, garantindo um monitoramento sistemático dos resultados das avaliações e da elaboração e implantação de planos de ação individualizados para cada unidade escolar, acompanhados mensalmente em reuniões com a Diretoria Regional de Ensino (DRE).

Esse processo será bastante facilitado pelos dois sistemas pedagógicos da SME. O primeiro é o Sistema de Gestão Pedagógica (SGP), uma plataforma online totalmente reformulada para 2020, onde os planos de aula deverão ser registrados de acordo com os objetivos de aprendizagem do currículo e acompanhados pela supervisão escolar e pelas Diretorias Pedagógicas das DREs. Além disso, o Sistema Educacional de Registro e Aprendizagem (SERAP) dará a cada professor e equipe gestora acesso a todos os dados das avaliações externas, individualizados por estudante e agregados por turma e por unidade escolar, de forma a permitir um diagnóstico preciso do progresso de cada estudante.

Além disso, traz as habilidades que já estão consolidadas, as que estão em processo e as que requerem mais investimento por componente curricular, ano e turma.

Por fim, o IDEP passa a ser cada vez mais um balizador importante do planejamento pedagógico, pois possibilitará a cada escola identificar claramente os seus desafios e desenhar um plano para superá-los, com o apoio da equipe pedagógica da Secretaria.

O IDEP passa a ser também um estímulo para a busca de melhorias contínuas dos índices educacionais – em 2020, pela primeira vez o índice obtido pelas escolas será um dos critérios utilizados para o pagamento do Prêmio de Desenvolvimento Educacional – PDE aos profissionais da educação em 2021, de forma proporcional ao alcance das metas estabelecidas para cada uma neste ano.

Prova São Paulo

A Prova São Paulo é realizada de forma censitária em todas as Unidades Educacionais da Rede do 2º ao 9º ano para permitir o acompanhamento do desempenho de cada um dos estudantes e de todas as escolas.

Em 2019 mais de 300 mil estudantes realizaram a Prova São Paulo em três dias diferentes, um dia para cada componente. Cada prova do ciclo de alfabetização têm 22 itens fechados e 8 abertos e as provas dos demais anos (4º ao 9º) têm 30 itens fechados cada uma.

A produção escrita também é avaliada nas turmas do 3º ao 9º ano, que escrevem uma Redação.

A nova Matriz de Avaliação

A Prova São Paulo 2019 apresentou novos desafios aos estudantes considerando o novo Currículo da Cidade e a nova Matriz de Avaliação.

Entre outras mudanças, o novo currículo exige, já nos anos iniciais, objetivos de aprendizagem que em outros tempos estavam previstos apenas no Ensino Fundamental II. Essa mudança permite o contato com esses objetos de conhecimento nos anos iniciais.

Além disso, itens que eram avaliados somente no ciclo autoral (do 7º ao 9º ano), passaram a compor a prova do ciclo Interdisciplinar (4º ao 6° ano), como no caso do exemplo abaixo:

Um adolescente está utilizando um aplicativo que permite movimentar um robô em linha reta ou fazê-lo mudar de direção indicando o ângulo, em graus, da mudança desejada. Observe na figura a seguir o percurso STVRS feito pelo robô e os ângulos de mudança de direção indicados pelo adolescente.

Imagem com ângulos

Qual foi o último ângulo de mudança indicado pelo adolescente?

(A)  80º

(B)  60º

(C)  70º

(D)  90º

 

O Currículo da Cidade

Desde 2018 a Secretaria Municipal de Educação vem implementando o Currículo da Cidade que foi construído a partir da BNCC. Na instância federal essa mudança está prevista para ocorrer em 2020.

Além disso, a Matriz de Avaliação – que define as habilidades avaliadas na Prova São Paulo – também foi revista e adequada ao novo currículo. De acordo com o MEC, a Matriz de Avaliação do SAEB só será atualizada a BNCC a partir de 2023.

A cidade de São Paulo sai na frente nesse quesito e ao avaliar, também, além de Língua Portuguesa e Matemática, Ciências da Natureza.

Ademais, os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental já estão sendo avaliados para verificar indicadores de alfabetização. Desde 2017 a Cidade de São Paulo tem como meta alfabetizar os estudantes ao final do 2º ano, diferentemente do que vinha acontecendo, onde essa meta estava ao final do 3º ano.

Os dados de 2016 indicam que foram alfabetizados 86% dos estudantes ao final do 3º ano. A mudança da meta trouxe, em 2018, o alcance de 92% dos estudantes alfabetizados já no 2º ano. Esse indicador se repetiu em 2019: 92,5% dos estudantes terminaram o 2º ano sabendo ler e escrever.

Dessa forma, as mudanças trazidas na BNCC e novas exigências do currículo já estão em curso. Os estudantes são avaliados a partir da nova Matriz, o que é refletido na Prova São Paulo e no IDEP. Entendemos que esse é o “ano 1” da avaliação com a Matriz aliada ao Currículo e à BNCC.

IDEP

O Indicador da Rede Municipal tem como objetivos indicar de forma mais realista o desempenho pedagógico de cada escola, fornecer parâmetros para o planejamento de estratégias pedagógicas e colaborar para a melhoria dos níveis de proficiência e da taxa de aprovação de acordo com a realidade de cada Unidade.

Além disso, o IDEP, para traçar as metas, levou em consideração a realidade em que cada uma das escolas está inserida, utilizando o Indicador do Nível Socioeconômico (INSE) e o Indicador de Complexidade de Gestão.

Em outras palavras, significa que uma escola com 500 estudantes que funciona nos períodos manhã e tarde não pode ser comparada com outra escola com 1.200 estudantes que funciona em três períodos. Há uma complexidade que precisa ser considerada. O mesmo em relação ao nível socioeconômico.

Isso mostra que quando o Currículo da Cidade traz como um dos seus princípios a equidade, isso se traduz também no Indicador de Aprendizagem.

Agora, com os resultados divulgados, cada escola tem a possibilidade de construí um plano de ação ajustado aos seus reais desafios.

Para saber mais:

Prova São Paulo

  • Criada em 2007
  • Aplicada entre 2007 e 2012, foi interrompida entre 2013 e 2016 e retomada em 2017 pela atual gestão da Prefeitura de São Paulo.
    • Anos avaliados censitariamente: 2º, 3º, 5º, 7º e 9º
    • Anos avaliados amostralmente: 4º, 6º e 8º
    • Componentes curriculares:
      • Língua Portuguesa (Leitura), Matemática e Ciências Naturais.
      • Redação para todos os anos.

IDEP

  • Criado em 2019 pelo Decreto 58.839, incorpora dados da taxa de aprovação e proficiência dos alunos na Prova São Paulo
  • Nota Técnica: file:///C:/Users/7347791/Downloads/Nota_Tecnica_Calculo_IDEP.698bebbc.pdf
  • Nota Técnica para o cálculo das metas: em anexo

Currículo da Cidade

  • Desenvolvido com ampla participação dos profissionais da Rede Municipal em 2017, já alinhado à Base Nacional Comum Curricular – BNCC
  • Implementado a partir de 2018, por meio de ações de formação e desenvolvimento de materiais curriculares para uso em sala de aula

Currículo:  https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/apresentacao-do-curriculo-da-cidade/

Materiais Curriculares:  https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/ensino-fundamental-e-medio/

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