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Parque do Carmo vira cenário de aulas sobre fauna, flora e desigualdade de gênero no esporte
Projeto da EMEF Sebastião Francisco, O Negro, é uma das práticas de educação ambiental
Publicado em: 23/06/2023 12h08 | Atualizado em: 23/06/2023
Turmas da EMEF Sebastião Francisco, O Negro, da DRE Itaquera, foram ao Parque do Carmo para aprender mais sobre fauna e flora e a desigualdade de gênero no esporte. As aulas foram realizadas durante esta semana. Esse projeto é uma das práticas de educação ambiental da unidade, a ação ainda promove a valorização e senso de pertencimento dos estudantes com o local onde vivem.
Os estudantes foram caminhando da escola até o Parque do Carmo. Ao chegarem, as turmas ficam livres e caminham por um espaço delimitado, podendo explorar o parque. Depois, no horário previamente combinado, todos se reúnem e a aula é iniciada.
Na saída da primeira turma (6° ano) a aula foi sobre a fauna e a flora presente no parque. A professora Janaina Silva Coelho, idealizadora do projeto, montou um questionário como objeto de pesquisa.
Chegando ao local, os estudantes, divididos em grupos, caminharam pelo ambiente atentos às plantas e animais existentes no local, e responderam as perguntas mediante as observações feitas. Gustavo Feliciano Alexandre, gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) do parque, os acompanhou, dando explicações sobre as espécies presentes.
“Na sala de aula é bacana, mas quando você sai tem um conhecimento diferente. Essa saída valoriza a escola pública, as pessoas veem os estudantes fazendo pesquisa, isso mostra o valor do ensino público, porque as pessoas podem ver que eles estão construindo o próprio conhecimento”, disse a professora.
Com a turma do 7º ano, Janaina os dividiu em grupos e eles mesmos montaram seu objeto de pesquisa. Ao chegarem no parque, eles ficaram em locais estratégicos onde as pessoas costumam se exercitar e fizeram entrevistas.
A ideia para essa aula surgiu a partir de uma parte do caderno da cidade de ciências dos estudantes que conta a história de uma mulher que no século XIX desafiou os cientistas que diziam que mulheres não podiam andar de bicicleta. A partir disso, a turma começou uma conversa e abordaram sobre o preconceito que as mulheres sofrem nos esportes.
Assim, para dar mais força a este ponto, os estudantes fizeram entrevistas com mulheres que estavam se exercitando no Parque do Carmo, a fim de ouvir seus relatos. Em seguida, ao voltar para a escola, foi feita uma roda de conversa onde cada grupo expôs seus resultados.
Este questionário também foi feito online, depois das entrevistas presenciais, cada estudante o enviou para no mínimo cinco mulheres que eles conhecem, para ampliar os resultados da pesquisa. Após esta etapa, serão feitos gráficos para que os resultados sejam comparados.
“Isso faz com que eles reflitam sobre as dificuldades que as mulheres enfrentam em relação aos homens. No futuro eles quem irão usufruir do Parque do Carmo, então eles precisam refletir sobre qual será a postura deles”, frisou Janaina.
Outras aulas
Essa não será a primeira vez que a EMEF proporciona atividades no Parque do Carmo aos estudantes. Eles já fizeram entrevistas com frequentadores, aprenderam sobre a história do parque com uma professora convidada; tiveram aula de práticas esportivas, aprenderam sobre Plantas Alimentícias Não convencionais (PANC’S) com um educador do SESC, entre outras ações.
Entre os objetivos do projeto estão promover a educação ambiental e práticas esportivas no Parque do Carmo; valorizar atitudes que contribuam para a preservação do meio ambiente; reduzir conflitos e melhorar a convivência, entre outros.
Também é estimulado o senso de pertencimento dos estudantes com o local em que vivem. A professora Janaina disse que muitos desses estudantes nunca tinham ido ao parque, apesar de morarem próximo dele.
Essas aulas fora da sala de aula proporcionam diversos benefícios que foram refletidos dentro do ambiente escolar. A gestão da escola percebeu que essas turmas participantes do projeto tiveram um amadurecimento significativo.
“Depois dessas saídas eles sempre ficam bem satisfeitos, já que eles trazem histórias diferentes da deles. Isso treina eles para várias coisas, como conhecer opiniões diferentes, terem contato com pessoas que eles não conhecem. Também estimula o respeito e autonomia dos estudantes, já que eles fazem toda essa entrevista sozinhos, eu acompanho apenas observando”, finalizou a professora.
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