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Centro de Educação Infantil confecciona bonecas étnicas

Projeto “Acolhimento às crianças em situação migratória” do CEI Maria Henriqueta Catite cria bonecas que representam a diversidade étnica de crianças e famílias migrantes

Publicado em: 13/11/2019 16h52 | Atualizado em: 06/09/2022
Imagem de bonecas, livros e um jogo com bandeiras desenhadas na parede ao fundo.

 

O primeiro semestre de 2019 no CEI Maria Henriqueta Catite, pertencente à Diretoria Regional de Educação (DRE) Jaçanã/Tremembé, acolheu de uma forma diferente aos bebês, crianças e famílias. Desde o início do ano letivo o CEI está desenvolvendo o projeto “O processo de acolhimento às crianças em situação migratória: diálogos com o Currículo”. O CEI Catite, que começou o ano letivo com um total de 151 crianças matriculadas, das quais oitenta famílias eram de diferentes regiões do Brasil, como o Nordeste e Sul, e de outros países como Angola, Bolívia, Haiti, Hungria e Paraguai, considerou importante desenvolver um projeto político e pedagógico que atendesse todas essas diversidades e atuassem guiadas pelo conceito de equidade.   

Desde então, a prática na Unidade Educacional está sendo reinventada à luz da ideia de um acolhimento mais humanizador que analisa e considera as histórias de vida de cada família e criança, respeitando a língua materna falada nas interações, valorizando as diferentes crenças e planejando brincadeiras inclusivas. Esse acervo está contribuindo para ampliar o repertório de toda comunidade educativa, favorecer o compartilhamento de novas culturas e propiciar relações respeitosas para além dos muros da escola.  

Foi dentro desse contexto que surgiu a necessidade de transformar as problemáticas da migração em experiências de criação e representatividade. O Projeto “Acolhimento às crianças em situação migratória”, em consonância com a ação “Escravo, nem pensar” em parceria com o Núcleo étnico-racial e com a ONG Repórter Brasil, desenvolveu uma oficina de confecção de bonecas de feltro que representassem os alunos e suas famílias e abrisse espaço para a discussão sobre barreiras linguísticas, qualidade de vida, moradia e oferta de trabalho para imigrantes, as diferenças nos costumes, no tipo físico, etc. Os tecidos utilizados para fazer as bonecas foram ainda reutilizados de retalhos doados por famílias que trabalham na confecção têxtil no território, promovendo a sustentabilidade. “Uma oficina maravilhosa com uma ampla diversidade de etnias, favorecendo a ampliação do conhecimento e também a promoção do sentimento de pertencimento de toda comunidade educativa”, relata Elisabete Naccari professora da oficina.  

A coordenação do CEI afirma que as iniciativas de inclusão não acabaram e continuam sendo planejadas para a continuidade do projeto. O plano da instituição é incluir os bebês, crianças e famílias nas confecções e organizar um espaço de apreciação e exploração do tema. Além disso, o CEI produziu um Folder sobre o assunto que será distribuído gratuitamente na comunidade.  “Acreditamos na legitimidade e relevância do tema, exploramos esses territórios como espaços de aprendizagem desenvolvendo e compondo narrativas reais de maior acolhimento e atendimento significativo a comunidade”, ressalta a coordenadora Cristiane de Novais.  

 

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