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Beco do Batman e hip hop inspiram atividade da EMEF Jardim Mitsutani
Ação envolveu disciplinas de arte, história e língua portuguesa e contou com análise de grafites e letras de rap
Publicado em: 01/04/2022 14h32 | Atualizado em: 01/04/2022![Estudantes No Beco Do Batman (1)](https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/04/Estudantes-no-Beco-do-Batman-1.jpg)
Estudantes dos 7º e 8º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Jardim Mitsutani – Jornalista Paulo Patarra, no Jardim Catanduva, zona sul da capital, são estimulados a escrever e ler a partir de estudos sobre a cultura hip hop. Nesta quarta (30) e quinta-feira (31), eles visitaram o Beco do Batman, na Vila Madalena, como parte das atividades do projeto “Das ruas para a escola: as linguagens do hip-hop como didáticas de letramento”.
Os estudantes fizeram o percurso geral nas vielas do Beco do Batman, passaram pela Escadaria do Patápio e por outros grafites da região, incluindo o do artista Kobra, na rua Medeiros de Albuquerque. Durante todo o trajeto, os professores sugeriam que os estudantes observassem os diferentes estilos, tratamentos estéticos e temas das imagens, além das características das imagens mais realistas e as mais abstratas.
![Estudantes caminham em ruas com os muros grafitados Beco do Batman 2](https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/04/Estudantes-no-Beco-do-Batman-2-1.jpg)
O professor Fábio Barreto conta que também foi possível falar de urbanização mostrando a semelhança das ruas estreitas e casas do beco com as dos bairros periféricos conhecidos pelos estudantes. Ele contextualizou com a história do desenvolvimento da cidade de São Paulo a partir dos anos 20, que anteriormente tinha a Vila Madalena como um bairro de proletários e hoje é considerado de classe média e alta.
Ação multidisciplinar
Desenvolvido pelos professores de arte, história e de língua portuguesa, o projeto tem a intenção de ampliar as competências leitora e escritora dos estudantes por meio do estudo dos elementos e da cultura do hip hop. As aulas iniciaram destacando a linguagem do graffiti, linguagem que surgiu na década de 70 como movimento de contracultura nos Estados Unidos e que desde os anos 80 é bastante difundida em todas as regiões da cidade de São Paulo.
Nas aulas de língua portuguesa o assunto é tratado por meio do estudo da expressão poética das letras de rap, entrevistas com personalidades que vão até a escola, reportagens e escrita de cartas de opinião. O professor Fábio Barreto conta que uma das cartas escritas pelos estudantes foi enviada para a Revista Qualé e que deve ser publicada nas próximas edições.
Na área de artes foi estudado o graffiti, suas linguagens verbais e não verbais e o Centenário do Modernismo Brasileiro foram evidenciados. Em história, foram estudadas as formas de representações da arte, as pontes com o renascimento cultural e a história do graffiti.
Para os professores envolvidos no projeto, é importante trabalhar o tema pois, se a Semana de 22 é um marco da produção de novas concepções estéticas e temáticas, o Rap e o Graffiti, assim como a literatura negra e a literatura periférica, ainda são historicamente diminuídas como expressão artística.
Além da visita ao Beco do Batman, os estudantes foram levados para observar graffitis nas no entorno da EMEF. Também está prevista a atividade em campo no Graffiti Contra Enchente, em Taboão da Serra-SP, próximo à divisa com a Capital paulista, que fica a 500 metros da escola.
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