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10 projetos da Rede Municipal de Ensino são selecionados na 4ª edição do Prêmio Territórios
Premiação reconhece projetos conectem a escola aos territórios da cidade por meio dos diversos saberes culturais
Publicado em: 10/12/2019 18h40 | Atualizado em: 30/11/2020Foto: Ricardo Miyada
No último sábado (7/12), dez escolas da Rede Municipal de Ensino participaram da Cerimônia de Premiação do 4º Prêmio Territórios, realizada no Instituto Tomie Ohtake.
O Prêmio Territórios, iniciativa do Instituto Tomie Ohtake em parceria da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, acontece desde 2017 com intuito de destacar projetos em andamento que conectem a escola aos territórios da cidade por meio dos diversos saberes culturais.
A abertura foi feita pelos indígenas guarani, da aldeia Tenondé Porã, e o fechamento contou com uma performance da Coletiva Ocupação. Também esteve presente no evento, o Secretário Adjunto de Educação, Daniel de Bonis e a Coordenadora dos Centros Educacionais Unificados e da Educação Integral (COCEU), Uyara Vieira de Andrade.
Nesta edição foram enviados 119 projetos recebidos de todas as Diretorias Regionais de Educação (DREs). O número representa um aumento de 38% em relação à edição anterior, com projetos na área de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Bilíngue e Educação de Jovens e Adultos.
As escolas premiadas receberão uma coleção de livros de artes do Instituto Tomie Ohtake e títulos diversos doados por editoras parcerias, um minidocumentário apresentando um resumo dos processos e resultados do projeto e apoio financeiro de R$ 5 mil para a continuidade do projeto na escola.
Confira os 10 projetos premiados:
Projeto: Agro Floresta Urbana: Um laboratório a céu aberto integrado ao Currículo da Cidade e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Escola Municipal de Ensino Fundamental Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira – Diretoria Regional de Educação Campo Limpo
O projeto atua na transformação e revitalização de áreas improdutivas próximas à escola através de mutirões, cortejos poéticos e manifestações artísticas pelo bairro. Foram realizadas atividades de cultivo, oficinas de jardinagem e horta, chuva de sementes, composteira e minhocário na área próxima ao córrego Olarias, local de acúmulo de lixo, entulho e mato. A manutenção da Agro Floresta faz parte das atividades escolares de todas as turmas, que participam do cultivo, preparo do solo, observação e seleção de material orgânico. Contam com a assessoria de um engenheiro florestal e uma engenheira agrônoma e com as profissionais da cozinha, que auxiliam diariamente na seleção de material orgânico.
Projeto: Cidade CEU – informação, conhecimento e moradia
CEU Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo Gonçalo dos Santos – Diretoria Regional de Educação Santo Amaro
A ideia central deste projeto é o entendimento do direito à cidade a partir da construção de uma cartografia social com alunos e alunas do 8º ano, aproximando-os do saber geográfico e integrando o saber escolar ao movimento real do território. O prédio do CEU Paulo Gonçalo dos Santos convida à observação de um amplo espaço da periferia da cidade de São Paulo, geografia complexa que exige de seus professores e de seus alunos uma atitude de investigação do território. Os conceitos presentes nos livros didáticos, como força de trabalho, capitalista, atividade industrial, tecnologia e política habitacional, levaram à questão urbana e aos problemas de moradia que cercam a escola. Foram realizadas análises sobre o saneamento básico, formas de construção das casas, histórias dos moradores e infraestrutura urbana, com depoimentos de migrantes e estudos sobre acessibilidade, conhecendo o real movimento da espacialidade urbana.
Projeto: Coletivo Estudantil Neuza Avelino: Reescrevendo as histórias de nossa comunidade pela ótica de Mulheres extraordinárias
Escola Municipal de Ensino Fundamental Neuza Avelino da Silva Melo – Diretoria Regional de Educação São Miguel
O Coletivo Estudantil Neuza Avelino (CENA) nasceu do desejo espontâneo de buscar representatividade em nome de uma escola pública democrática. Neuza Avelino da Silva Melo (1942-2010), patrona da escola e nome escolhido para o coletivo, foi uma corajosa militante nordestina que construiu sua vida em São Paulo, mais precisamente no bairro de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, responsável pela Associação Comunitária das Mulheres do Movimento Sem Terra, lutando por direitos e justiça social. O bairro de Ermelino Matarazzo, situado na Zona Leste de São Paulo, historicamente possui um forte movimento pela moradia, do qual muitas mulheres estiveram à frente, mas suas histórias não foram contadas. O coletivo está se apropriando da história do bairro e pretende registrá-la pela ótica das mulheres, recontando suas vivências e trajetórias.
Projeto: Em busca de afro-referências nos territórios da cidade de São Paulo
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos Vila Prudente / Sapopemba – Diretoria Regional de Educação São Mateus
O projeto debate a contribuição das culturas afro-brasileiras e africanas na configuração do Brasil a partir de territórios produzidos e marcados pela presença negra na cidade. O objetivo é demonstrar que a presença negra neste território extrapola o marco trágico da escravização, reconhecendo os povos africanos como sujeitos ativos e criativos para a formação das cidades e do país. Sem traçar uma linha do tempo de conjunturas de um passado remoto, as “Expedições CIEJA”, que aconteceram dez vezes, percorreram instituições e territórios na busca de “afro-referências”. Para melhor compreender os territórios visitados, no espaço da escola foram realizados debates, palestras e problematização de obras cinematográficas e textos.
Projeto: O território e a construção de novas narrativas
Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima – Diretoria Regional de Educação Butantã
O projeto visa à implantação de uma proposta político-pedagógica que forme pessoas na sua integralidade, nas dimensões afetiva, ética, física e intelectual, por meio da integração da escola com o território. Essa articulação escola-território é criada a partir de vivências pedagógico-educativas: pedagógicas, pois muitas vezes estão ligadas estritamente à escolarização, e educativas, pois acontecem em outros espaços de aprendizagem. A escola conecta-se com diferentes equipamentos culturais e de seu entorno para a realização de um projeto voltado para a articulação de saberes e fazeres do território, tendo na pluralidade dessas experiências a premissa essencial à integralidade da educação de crianças e jovens brasileiros.
Projeto: Passeios Culturais – Acesso e inclusão
Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Helen Keller – Diretoria Regional de Educação Ipiranga
O projeto Passeios Culturais nasceu com o propósito de formação de público surdo, divulgando atividades culturais com acessibilidade em Libras para a comunidade surda mediante a oferta de convites para espetáculos inscritos em programas de fomento e incentivo à cultura e comprometidos com a lei da inclusão. A divulgação das gratuidades, ao considerar fatores como acompanhamento, contextualização dos temas, deslocamentos e localização geográfica, além de conscientização das famílias sobre o direito à gratuidade para deficientes e acompanhantes, deu origem a uma agenda de passeios aos finais de semana, levando em conta o número de ingressos disponíveis, a relevância do tema, a faixa etária indicada, a facilidade de locomoção por meio de transporte público e a disponibilidade de educadores em guiar os trajetos. Para vencer a barreira da língua e propiciar entendimento entre surdos e ouvintes – alunos, professores e familiares –, foi criado o grupo de WhatsApp “HK Cultural”, contemplando a comunicação em língua portuguesa escrita e língua de sinais por meio de vídeos.
Projeto Curricular Integrado Planeta Sustentável
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos Clóvis Caetano – Diretoria Regional de Educação Ipiranga
O projeto foi desenvolvido a partir da intenção de problematizar, junto com a comunidade educativa, dois ODS da Agenda 2030 da ONU escolhidos pelos educandos mediante eleição: “Fome Zero e Agricultura Sustentável” e “Cidades e Comunidades Sustentáveis”. A escolha veio ao encontro de questões da comunidade escolar e do entorno percebidas pelos estudantes, como situações de carestia vivenciadas por alguns e um problema específico de descarte de entulho, objetos e lixo orgânico. Foram realizadas experiências pedagógicas de desenvolvimento integral articulando as áreas do conhecimento, incursões pelo território no qual a escola se insere, construção de hortas e composteira em espaço escolar externo e partilhado com a comunidade local, saídas pela cidade e intervenção no espaço de descarte de lixo, possibilitando a percepção dos problemas apontados em escala pessoal, local e global.
Projeto: Saídas Culturais – Ultrapassando os muros do CEI
Centro de Educação Infantil Vereador João Toniolo – Diretoria Regional de Educação Freguesia / Brasilândia
O projeto Saídas Culturais realiza visitas das crianças a espaços culturais e sociais fora do CEI e que estão diretamente relacionados às atividades desenvolvidas durante o ano. Possibilita, também, a vivência na escola de experiências sociais e culturais vindas de fora. Esses espaços e atividades são utilizados com o propósito de interação com a comunidade local, suas expressões culturais, hábitos e costumes. Durante o ano letivo, as crianças participaram de atividades culturais apresentadas nas bibliotecas do entorno, visitaram parques, feiras livres, praças e a EMEI vizinha, além de vivenciarem dentro do CEI a presença de teatros, circo, apresentação dos cães da GCM, entre outras experiências.
Projeto: Territórios brincantes: revelando as múltiplas formas de ser criança no extremo sul – vivências com a infância guarani
Escola Municipal de Educação Infantil Professor José La Torre – Diretoria Regional de Educação Capela do Socorro
Ao constatar que a articulação com o território e as práticas pedagógicas voltadas à educação para as relações étnico-raciais eram pontos sensíveis do Projeto Político Pedagógico, e considerando a brincadeira como linguagem especial da infância, foi realizado um trabalho de pesquisa acerca das diferentes maneiras de ser criança e experimentar a infância no local da escola. Tal pesquisa revelou a proximidade geográfica com a aldeia indígena Tenondé Porã e a potência de aproximar as crianças do modo de vida guarani, ampliando seus repertórios e possibilitando a ruptura com imagens estereotipadas e estigmatizadas dos povos indígenas. A parceria com o CECI (Centro de Educação e Cultura e Indígena) foi fundamental para o desenvolvimento desta proposta, possibilitando momentos de troca de saberes e experiências entre crianças e educadores indígenas e não indígenas. No âmbito do intercâmbio de brincadeiras, as crianças puderam, ainda, participar de atividades como culinária, plantio, artesanato, pintura corporal e exploração do território.
Projeto: Um país chamado Grajaú: cartografia afetiva do bairro, sua história, personagens, movimentos, coletivos e organizações sociais
Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José Pegoraro – Diretoria Regional de Educação Capela do Socorro
O projeto alia a produção de um mapa interativo e digital, através do conceito de cartografia afetiva, com a história do bairro do Grajaú, especialmente no que diz respeito à atuação de movimentos político-culturais, organizações sociais, lideranças de bairro e a defesa do meio ambiente. A ideia central é a ressignificação da relação dos estudantes com o bairro, ajudando-os a entender este território como um espaço rico de histórias e personagens, em diferentes áreas de atuação, que ajudam a fazer do Grajaú um território educador. As atividades desenvolvidas são a pesquisa sobre o território, escolha de pessoas e lugares para serem estudados, criação de pauta para entrevista e visita aos lugares escolhidos, entrevistas e visitas a estes lugares e produção de relatórios que, futuramente, irão subsidiar a produção do mapa afetivo.
Para saber mais, acesse: http://premioterritorios.institutotomieohtake.org.br/resultados/
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