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Centro de Educação e Cultura Indígena – CECI

Local foi projetado para reafirmar a identidade étnica indígena

Publicado em: 19/11/2015 17h22 | Atualizado em: 30/11/2020

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De acordo com o IBGE o maior povo indígena do Brasil é o Guarani, com cerca de 51 mil pessoas, em espaços das diversas regiões do Brasil e do cone sul americano. No município de São Paulo existem três aldeias Guarani.

Como resposta às demandas de lideranças Guarani da cidade, foi concebido e inaugurado em 2004 os Centros de Educação e Cultura Indígena (CECI)

Os CECIs constituem-se centros de educação e cultura essencialmente indígena, que visam valorizar e fortalecer as raízes, tradições e a autonomia do povo Guarani, bem como assegurar o direito das sociedades indígenas a uma educação escolar diferenciada, específica, intercultural e bilíngue.

Em São Paulo existem três CECIs: o Jaraguá, no distrito do Jaraguá, com aproximadamente 598 indígena; o Krukutu e o Tenonde Porã , no Distrito de Parelheiros com cerca de 254 e 599 indígenas respectivamente.

O projeto arquitetônico de cada centro respeita as condições sócio-paisagísticas-culturais de cada aldeia, e foi elaborado juntamente com as lideranças indígenas Guarani. No complexo há o Centro de Educação Infantil, salas de aula, biblioteca, varandas de Leituras, sala de informática, rádio comunitária e Centro de Cultura Indígena, todos integrados.

Os Centros de Educação Infantil Indígena (CEII) atendem crianças de 0 a 5 anos, em agrupamentos mistos. As atividades são realizadas na língua Guarani, por educadores indígenas residentes nas próprias aldeias.

O espaço não segrega a criança do convívio social; os irmãos mais velhos acompanham os mais novos e o bebês são acompanhados por suas mães. As atividades pedagógicas acontecem em todos os espaços da aldeia como a casa de reza, a mata e os espaços de uso coletivo do CECI.

O calendário escolar, a organização e os horários são diferenciados e elaborados pela comunidade com o apoio da Secretaria Municipal de Educação (SME). Consideram a forma distinta de entendimento do tempo baseado nos ciclos da natureza e os ensinamentos tradicionais dos mais velhos, peculiares da cultura Guarani. Há respeito aos processos próprios de aprendizagem, às especificidades da educação escolar indígena ao mesmo tempo que favorece o acesso dos educadores e das crianças às informações e conhecimento técnico-científico da sociedade não-indígena.

Para a concretização desse trabalho a SME faz o acompanhamento pedagógico junto aos três CEII e promove encontros entre os representantes da secretaria e educadores indígenas nos quais são debatidos diversos assuntos, como: memória, história, culinária tradicional, canto, dança, música e artesanato. Em 2012 foi lançado o caderno de “Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagens e Orientações Didáticas – Educação Infantil Escolar Indígena”, que corrobora para o fortalecimento do modo de ser Guarani e assegura o desenvolvimento e a boa aprendizagem das crianças. Para os próximos anos está previsto o Curso de Formação Inicial dos Professores Indígenas que atuam nos CEII/CECI para qualificar o trabalho desses educadores.

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