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SME e Instituto Vladimir Herzog realizam encontro sobre sofrimento emocional na perspectiva da Educação em Direitos Humanos

A ação está em expansão e passou a contemplar todas as EMEFs da DRE Guaianases

Publicado em: 27/04/2023 18h45 | Atualizado em: 04/06/2024
Fotografia de várias pessoas em pé atrás de uma linha no chão. Ao fundo, a palestrante segura o microfone e há também um telão.

Nesta quinta-feira (27), a Divisão de Gestão Democrática e Programas Intersecretariais (DIGP), da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog (IVH), realizou o I Encontro Formativo do projeto piloto “Sofrimento Emocional na perspectiva da EDH” com todas as EMEFs da DRE Guaianases.

O encontro contou com momento inicial de acolhimento aos participantes, conversas sobre o planejamento e atividades desenvolvidas nas escolas à luz da educação em Direitos Humanos e o percurso percorrido de forma coletiva com as dez Unidades que estiveram presentes na fase inicial do projeto.

Além disso, representantes das Comissões de Mediação de Conflitos dessas escolas compartilharam as impressões vivenciadas durante este processo. No segundo momento, a Prof. Dra. em Psicologia Social, da USP, Clélia Prestes, Coordenadora de Pesquisa e Formação no Instituto AMMA Psique e Negritude e Diretora da Mátria – Saúde, Relações Raciais e de Gênero, abordou a produção social dos sofrimentos, considerando o reconhecimento das histórias dos diferentes sujeitos e o ponto de partida de cada um.

O projeto é realizado desde 2022, está em fase de expansão e, neste momento, passou a contemplar todas as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF), da DRE Guaianases.

Estiveram presentes novos gestores, membros das Comissões de Mediação de Conflitos, de todas as Unidades Educacionais que atendem o Ensino Fundamental Anos Finais do território da DRE Guaianases, a Diretora Regional de Educação, representantes da DICEU e NAAPA do território e integrantes da equipe da SME/COCEU/ DIGP.

A diretora da EMEF Madre Joana, Ana Paula Lopes Gomes, uma das representantes do G10, grupo de trabalho composto pelas escolas que fizeram parte da etapa inicial, compartilhou sua impressão sobre o processo: “Quando tratamos temas como a violência nos sentimos sós. Estar neste projeto, nos permitiu pensar a nossa realidade juntos. É um movimento contínuo e de união. Vemos resultado no dia a dia”, comentou.

Já a assistente de direção da EMEF Alexandre de Gusmão, Fabíola Figueiredo da Silva, destaca que “Mediar conflitos é trabalhar na perspectiva da Educação em Direitos Humanos. Tivemos, aqui, a oportunidade de pensar sobre as nossas realidades e discutir sobre elas. Uma alternativa foi estudar as temáticas nos momentos coletivos com os educadores, como a JEIF, e isso tem possibilitado perceber os impactos nas relações entre educadores e estudantes na nossa Unidade.”

Crislei Custódio, Coordenadora Educacional da Área de Educação em Direitos Humanos do IVH, pontuou que a ideia central do projeto é pensar sobre os sofrimentos a partir do olhar da Educação e o seu campo de atuação. “A nossa premissa é pensar as relações sociais, considerando a escola como o lugar onde essas relações acontecem e devem se dar a partir dos princípios da EDH”, disse.

Na roda de conversa, a Prof. Dra. Clélia Prestes pontuou questões relativas às origens, diferenças, diversidades e o papel da escola na garantia de direitos e reconhecimento do lugar de todos como sujeito, cidadão e aprendente igualmente assegurado.

Neste momento, estão acontecendo processos de escuta aos professores e quadro de apoio das escolas parte do G10. Os estudantes, também, foram ouvidos em um momento anterior.

Entenda o projeto

O projeto piloto “Acolhimento e Saúde Emocional na Escola”, que passa a ter novo nome “Sofrimento Emocional na perspectiva da Educação em Direitos Humanos”, tem como finalidade formular propostas de como trabalhar a questão dos diversos sofrimentos dos estudantes na perspectiva educacional.

Ele é composto de três etapas, sendo que nas duas iniciais, houve o desenvolvimento do processo de escuta acerca da problemática em questão e que possibilitou a produção de insumos para o direcionamento de ações mais potentes na efetivação da sua finalidade.

A ação ocorre no território da DRE Guaianases e acontece de forma colaborativa com os membros das Comissões de Mediação de Conflitos da DRE, representados pela Divisão dos Centros Educacionais Unificados e da Educação Integral (DICEU), Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), Supervisão Escolar e serviços do território.

Por que o projeto piloto acontece em Guaianases?

O projeto nasceu de uma demanda do território de Guaianases a partir da constatação dos sofrimentos das crianças e adolescentes, estudantes da Rede Municipal de Ensino, advindos de diversas violências sociais.

Diante disso, surgiu a necessidade de compreender formas de acolher os estudantes e subsidiar os educadores e comunidade escolar e, ainda, ressaltar o papel da escola no que diz respeito à sua atuação na Rede de Proteção Social.

Além disso, a intenção é contribuir para a ação preventiva e o olhar cuidadoso para realizar encaminhamentos e diálogos com os diversos serviços no território.

O trabalho coletivo, por meio da atuação em rede, fortalece o convívio escolar pautado na ética e no respeito, conforme previsto na Matriz dos Saberes constante no Currículo da Cidade e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.

 

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