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Um país chamado Grajaú – estudantes constroem mapa afetivo do território 

Projeto valoriza a cartografia afetiva do bairro a partir das histórias, personagens, coletivos e organizações sociais 

Publicado em: 10/02/2021 12h27 | Atualizado em: 10/02/2021

imagem do mapa do bairro do grajau com destaque para locais que oferecem serviços à populaçãoEstudantes do Grajaú, bairro do extremo sul da cidade de São Paulo, estudam a cartografia da região e despertam o sentimento de pertencimento e orgulho pelo território em que vivem. Por meio da valorização histórica e dos personagens do entorno, eles mapearam as iniciativas culturais, sociais e afetivas na comunidade.

A partir do projeto “Um país chamado Grajaú: cartografia afetiva do bairro, sua história, personagens, coletivos e organizações sociais”, os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Padre José Pegoraro contaram um pouco sobre os pontos culturais e de serviços que existem próximos à escola, bem como sobre as figuras importantes do bairro e suas contribuições na região. A escola está localizada próximo à represa Billings, à uma distância de 30 quilômetros da Praça da Sé, marco zero da capital Paulista.

Divididos em turmas com os temas Arte e Cultura, Saúde, Educação, Meio Ambiente e Assistência Social, o projeto foi desenvolvido para o Trabalho Colaborativo de Autoria (TCA) pelos alunos que cursavam no 9º ano na EMEF. O objetivo do TCA é que, por meio da construção de conhecimento, os estudantes sejam capazes de intervir coletivamente na realidade territorial na qual a escola está inserida.   

Assim, a partir de um levantamento social, histórico, naturalístico e geográfico do território, os estudantes utilizaram ferramentas de tecnologia da informação e comunicação para produzirem um mapa interativo, que contém não apenas a localização de instituições do entorno, mas também suas fichas, vídeos de apresentação, fotografias e demais elementos que podem ser utilizados pela comunidade para maior conhecimento sobre seu próprio bairro.  

As pesquisas de campo no território ocorreram de forma coletiva, antes do período da pandemia decorrente da Covid-19. O trajeto foi o mesmo para todos os grupos, porém, cada qual teve tarefas específicas para serem realizadas. No caminho, professores, estudantes e convidados contaram a história daquele território, assim como aspectos importantes de sua vida social.

No mapa foram destacados lugares como: a Casa Ecoativa e a Unidade Básica de Saúde (UBS) Alcina Pimentel Piza, na Ilha do Bororé; o Conjunto Habitacional Brigadeiro Faria Lima, popularmente conhecido como BNH; o Centro de Cidadania do CIEE do Grajaú, o Centro de Arte e Promoção Social do Grajaú (CAPS); a Cooperativa de Catadores Seletivos (COOPERPAC) do Parque Cocaia, “Associação Jovens do Futuro”, entre outros.

A construção cartográfica foi subsidiada nas aulas de História e Geografia, com a discussão a respeito das características sociais do território. A professora de Ciências abordou aspectos da natureza da região e a professora de Arte auxiliou na pesquisa sobre o patrimônio artístico e cultural do bairro. Os professores de Língua Portuguesa orientaram a produção dos textos para a composição de fichas, enquanto os professores de Língua Inglesa conduziram a tradução dos pontos importantes no mapa. As professoras do Laboratório de Educação Digital auxiliaram com o uso das tecnologias e para a produção de informação pelos estudantes.   
Reconhecimento – O projeto “Um país chamado Grajaú: cartografia afetiva do bairro, sua história, personagens, coletivos e organizações sociais” foi ganhador na Categoria Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal em 2020, promovido pela Câmara Municipal de São Paulo. Em 2019 também foi um os dez vencedores do Prêmio Territórios, promovido pelo Instituto Tomie Ohtake.

Perspectivas em mudança – Educadores da escola relatam que a confecção e apresentação do mapa fez com que o processo vivenciado pelos estudantes fosse transmitido para outros moradores e, inclusive, reverberou nas instituições sociais visitadas, fazendo com que os próprios alunos e seus familiares começassem a usar mais esses equipamentos públicos e/ou coletivos do território.

Ao criarem um mapa afetivo da região e darem luz à lugares, pessoas e aspectos que lhes são importantes no território os estudantes se apropriaram do conhecimento necessário para quebrarem preconceitos e lutarem por melhorias.

Os alunos montaram um site oficial para esse projeto, bem como um mapa virtual com todos os territórios estudados.

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