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‘Um herbário para chamar de nosso’: estudantes de EMEF criam prensa botânica e catalogam espécies encontradas na escola

Estudantes da EMEF Irineu Marinho fizeram pesquisa de campo e bibliográfica para o TCA

Publicado em: 19/12/2022 11h00 | Atualizado em: 16/12/2022
fotografia de garota apontando a câmera do celular para uma vegetação

Nesta reta final de ano letivo, estudantes dos 9º anos de todas as Escolas Municipais de Ensino Fundamental da cidade de São Paulo estão dedicados à apresentação dos seus Trabalhos Colaborativos de Autoria, os TCAs. São produções feitas em grupo que têm o objetivo ampliar os saberes sobre determinado assunto, de interesse dos alunos, que contribua de alguma forma para a comunidade escolar.

Na EMEF Irineu Marinho, um grupo de seis adolescentes, trabalhou na criação de um herbário que cataloga a vegetação existente no território escolar. O trabalho chamado “Um herbário para chamar de nosso” foi iniciado no mês de março a partir do envolvimento dos estudantes na Olimpíada de Ecossistema do WWF-Brasil, que tem o objetivo de recuperar ecossistemas e promover um futuro mais justo e saudável para todos, no qual a sociedade e natureza vivam em harmonia.

Os estudantes, a princípio, se desafiaram a reconhecer e conhecer as espécies de vegetação nativas da mata atlântica localizadas no território escolar. Com o auxílio dos professores orientadores José Ivo Pedrosa e Renata Guerra e da professora de ciências Elza Castro eles iniciaram uma pesquisa de campo e bibliográfica para o TCA. Durante o processo, coletaram diversas amostras do que encontravam nos jardins e campos da escola, identificaram com nome científico e popular, destacaram a origem e a eficácia para a sociedade.

Fotografia de três meninas sentadas uma mesa escolar observando um livro herbário

“Para identificar as espécies, utilizamos a tecnologia do Google Lens. Nele a gente apontava a câmera e o aplicativo fazia o reconhecimento. Com a identificação do nome científico, que é universal e usado em toda parte do mundo, pesquisamos também o nome popular e todas as curiosidades e benefícios relacionados às plantas”, conta Rebeca, de 14 anos. Para a estudante, o TCA despertou ainda mais o seu interesse no mundo da ciência. “Eu adoro pesquisar e tivemos que nos dedicar bastante. Fiquei empolgada com a possibilidade de me tornar uma pesquisadora no futuro”, completa

 Durante o trabalho, além das plantas ornamentais, os estudantes descobriram a existência de PANCs (plantas alimentícias não convencionais) e de ervas que podem auxiliar no tratamento de enfermidades ou no mal estar decorrente do ciclo menstrual. Sobre a origem das espécies, foi constatado que, além das espécies nativas de mata atlântica, há também vegetação de outros três continentes – Europa, Oceania e Ásia – que foram introduzidas ou cultivadas na horta pedagógica.  

Parceria com FabLab para construção de prensa

Para a conservação e catalogação, foi percebida a necessidade de efetuar o processo de desidratação das amostras. Conforme os estudos, a melhor maneira de fazer este processo seria através de uma prensa botânica. Foi aí que a escola conseguiu uma parceria com o FabLab do Centro Educacional Unificado (CEU) Heliópolis que possibilitou aos estudantes uma palestra sobre madeiras com uma profissional do espaço e também a ida dos estudantes à unidade para a fabricação de três prensas de madeira artesanal. Todo o material utilizado para a confecção foi fornecido pelo CEU.

“Tivemos uma palestra sobre madeira com a profissional do FabLab e fizemos uma oficina de marcenaria. Recortamos, lixamos e polimos as madeiras. Foi muito legal”, disse a estudante de 14 anos, Emily de Moraes Silva.  Com a prensa pronta, as plantas foram armazenadas durante 3 meses entre folhas de jornal para desidratarem e serem catalogadas no livro. Concluído, o herbário passou a integrar a sala de leitura da escola.

Fotografia de grupo de estudantes participando de uma oficina de marcenaria

“A gente quis fazer o herbário, que é uma coisa diferente, para mostrar para todos da escola, principalmente para aqueles alunos que não possuem tanto contato com a natureza, que além da beleza das plantas, elas possuem origens e propriedades importantes. Que existem as PANCs e que elas são comestíveis”, disse Camily, de 15 anos. A garota conta que o trabalho despertou nela ainda mais o interesse em trabalhar com criação. Para ela, que sonha em se formar em arquitetura, foi incrível poder participar da oficina de criação no FabLab e poder, com as próprias mãos, fazer a prensa botânica. 

“Existem muitos desafios no TCA, mas é uma troca muito rica. Mas o mais legal é que cada um consegue colocar em prática as suas diversas habilidades. Pensar o TCA desta forma, pra mim, é a coisa mais incrível, poder estimular aquilo que eles têm de melhor e os seus interesses. Poder fazer isto no Ciclo Autoral, no momento em que os estudantes estão mais maduros é muito gratificante”, comenta a professora de Ciências Elza Castro. 

Além de Camille, Emilly e Rebeka, também participaram do grupo do Trabalho Colaborativo de Autoria (TCA) os estudantes Eduarda, Gustavo, Kimberly e Roberto, do 9º ano A, da EMEF Irineu Marinho. 

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