Notícias
Representante de conselho indígena participa de roda de conversa em EMEF da zona leste
Comunidade escolar pode aprofundar os conhecimentos sobre costumes, tradições, artesanatos, culinária e lutas dos indígenas
Publicado em: 13/07/2017 16h00 | Atualizado em: 30/11/2020Professores e estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Virgínia Lorisa Zeitounian Camargo, da Diretoria Regional de Educação (DRE) São Mateus, receberam, no dia 21 de junho, a visita da representante do Conselho Municipal Indígena Avani Florentino Fulni-ô para uma roda de conversa. A partir de seus relatos, a comunidade escolar pode ampliar e aprofundar os conhecimentos sobre costumes, tradições, artesanatos, culinária e lutas diárias dos indígenas.
Acompanhada de sua família, ela falou sobre os nomes indígenas que possuem e seus significados. Tafkechaiá é o seu e significa gata ligeira. Sua filha, Flávia Feany Fulni-ô, é Feany, que significa a dona da lua. Seu neto, Adrian Fulni-ô, é Tuskia, que significa escorpião, em sua tribo. Eles fazem parte da tribo Fulni-ô, que é a única do nordeste de Pernambuco que conseguiu manter viva e ativa sua própria língua – o Ia-tê. Além do nordeste, essa etnia tem representantes em São Paulo, no bairro Jaçanã, zona norte.
No bate-papo, ela falou sobre a importância do consumo consciente da água e ressaltou que, no nordeste, a sua tribo está a mais de seis anos sem água, enfrentando uma grande seca que impossibilita a pesca para a alimentação. Eles necessitam comprar água por meio de caminhão pipa. “A transposição do Rio São Francisco chegou, mas não é o suficiente porque a água seca com o sol”, diz a indígena.
Sobre a produção de certos artefatos, ela comenta que o tempo de produção dos objetos pode chegar a até seis meses, mas, que ainda assim, são bastante desvalorizados pelo público. Ela enfatiza que a demora acontece, pois os indígenas não matam os animais e sim esperam até a sua troca de pena e pele. Além disso, a palha, coqueiro, sementes de melancia, açaí, coco e pau-brasil são muito utilizados para a produção de colares, pulseiras, esteiras, entre outros. A produção de cocar é feita com penas de arara, gavião, coruja e pato. Também foram apresentados alguns artesanatos para as crianças, entre eles: o maraka, utilizado como instrumento musical; o cachimbo (chanduka), usado como forma de proteção e conversa através da fumaça e do pensamento com o seu Deus (Nhanderu); a machada, antes usada para cortar madeira, que hoje é meramente expositiva; dois tipos de cocar fulni-ô – cocar unissex e a tiara apenas para mulheres e apitos feitos com bambu e que imitam os sons dos pássaros.
As crianças fizeram perguntas acerca do tipo de alimentação e proteção solar. Os indígenas esclareceram que se alimentam de arroz, feijão, macarrão, linguiça, frango, peixe, etc. Virgínia diz que, apesar de caçar, os únicos animais que são caçados para abate e consumo são peixes e galinhas. Disse também que eles não utilizam nenhuma proteção solar, pois estão acostumados com o sol, tendo assim uma proteção natural do corpo.
A indígena Flávia recordou sobre uma passagem estereotipada em um dos primeiros momentos de seu filho em uma escola de São Paulo. Lá pelas tantas, a professora enviou um bilhete perguntando se ele era índio, branco, japonês ou boliviano. Ela não respondeu e foi chamada à escola para se justificar. Chegando lá pediu para que a professora perguntasse diretamente para o Adrian o que ele era e ele respondeu: “Eu sou índio!”.
Durante o encontro, a professora Elisabete Sanchez Ribal realizou uma apresentação de teatro de bonecos sobre a lenda do guaraná. Adrian explicou para as crianças o significado da palavra Tupã = Deus. Em seguida, foram apresentados vídeos sobre danças e brincadeiras indígenas. Ao final, o pequeno indígena falou sobre as suas brincadeiras prediletas, entre elas bola, pipa, pião, peteca, esconde-esconde, pega-pega, polícia e ladrão e jogos online. Contou uma história de terror e também muitas piadas. Após sua fala, explicou como fazer peteca e também como brincar. Todos puderam construir as suas próprias petecas e brincaram em seguida.
Notícias Mais Recentes
Secretaria Municipal de Educação
Contratação de temporários durante o período eleitoral
Secretaria Municipal de Educação
CEUs da capital oferecem programação especial durante o Agosto Indígena
Secretaria Municipal de Educação
Programa de Apoio Pedagógico promove protagonismo estudantil na EMEF Conde Luiz Eduardo Matarazzo
Secretaria Municipal de Educação
Prefeitura de São Paulo lança Educamóvel para orientar e tirar dúvidas sobre os serviços da Rede Municipal de Ensino
Secretaria Municipal de Educação
44ª edição do Recreio nas Férias começa na próxima quarta-feira (10) com refeições diárias, atividades recreativas e passeios culturais
Secretaria Municipal de Educação
Estudantes da Rede Municipal de Ensino participam de programações do Edifício Oswald de Andrade
Relacionadas
Ato de regulamentação da Lei 16.140
Publicado em: 06/04/2016 10h09 - em Alimentação Escolar
Instituído o Programa Bolsa Mestrado ou Doutorado Educador
Publicado em: 05/04/2016 6h44 - em Educadores
Plateia SME – edição 04 de abril
Publicado em: 05/04/2016 6h41 - em Secretaria Municipal de Educação
Fortalecimento do trabalho das equipes dos NAAPAs
Publicado em: 05/04/2016 5h42 - em NAAPA
Regulamentação da inclusão progressiva de orgânicos na alimentação da Rede Municipal de Ensino
Publicado em: 05/04/2016 5h18 - em Diretoria Regional de Educação Campo Limpo