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Projeto de arte e parceria com a PUC-SP fortalecem saúde emocional em EMEF

Ação do Mais Educação com apoio de projeto de extensão promovem brincadeiras e diálogos para debater temas como violência e racismo

Publicado em: 16/11/2023 14h34 | Atualizado em: 16/11/2023
Fotografias penduradas em armações de ferro mostram imagens de meninas com uma mão sobre suas bocas, também mostram apertos de mão e outros rostos de meninas que olham para a câmera fotográfica..

A oficina de fotografia oferecida pelo Coletivo Anhanguera Luta e Resistência se transformou na Mostra Fotográfica “Arte e Realidade”. Os estudantes fizeram exposição do resultado na Praça da Cultura e na PUC-SP.

O retorno dos estudantes à escola depois da pandemia, fez com que a equipe gestora e os professores da EMEF Professor Remo Rinaldi Naddeo, da DRE Pirituba/Jaraguá, refletissem em como a unidade poderia atuar para ajudar a enfrentar as dificuldades relacionadas à saúde emocional apresentadas pelos estudantes. 

O caminho encontrado foi por meio da formação docente e das artes com o Projeto “Arte Bem Viver”, realizado no Mais Educação. Usar as expressões artísticas foi uma maneira de proporcionar o diálogo e uma forma para manifestar os sentimentos por parte dos estudantes. 

O projeto ganhou ainda mais força ao se unir com o Projeto de Extensão “Brincadas”, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que possui entre seus objetivos propor formas de superar vulnerabilidades decorrentes e/ou agravadas por emergências climáticas e ambientais. 

Um dia para refletir 

A coordenadora pedagógica, Sandra Santella de Sousa, diz que os “estudantes na EMEF também são pesquisadores e formadores”, pois levam para escola as brincadeiras que vivenciam na PUC. E são eles mesmos que irão dirigir as atividades com os outros colegas nas ações que estão previstas para acontecer na próxima terça-feira (21).  

Haverá brincadeiras e jogos africanos para o Ensino Fundamental I, sala de debates com notícias e questões relacionadas ao racismo para o Ensino Fundamental II. 

Além de peça de teatro que abordará questões de violência e trará a presença da personagem Marielle Franco, sala de cine debate, que teve como inspiração a mostra Entretodos, entre outros.

Elo entre escola e universidade

Praça com grama verde e muitos jovens sentados em semicírculo no chão. Há também alguns adultos em pé no centro do semicírculo.

Sarau na Praça da Cultura com estudantes dos 8ºs e 9ºs Anos.

A coordenadora, Sandra, chegou na EMEF Professor Remo Rinaldi Naddeo em 2021 e levou para formação dos professores a proposta de trabalho de pesquisa que estava desenvolvendo na PUC-SP com o Brincadas. 

Já em 2021, a unidade escolar participou de uma atividade on-line oferecida pelo projeto. Em 2022, a EMEF aderiu a participação como expansão da proposta formativa para a comunidade educativa e sediou um dia de atividade da PUC-SP na escola. 

Em 2023, a continuidade ao projeto se deu por meio de adesão de professores e estudantes para participação presencial nas atividades realizadas na PUC. O professor Marcos Spitzer está à frente da iniciativa, mas participam cerca de 10 docentes da escola e 25 estudantes da turma do Mais Educação, que são estudantes entre 6º e 9º Ano.  

O projeto Brincadas

Foi criado com o intuito de suprir necessidades advindas da pandemia por estudantes, professores e pesquisadores do grupo de pesquisa LACE, ligado ao programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem e do Mestrado Profissional em Educação: Formação de Formadores, da PUC-SP. 

Superar desafios

Jovens em pé sorrindo com crachás coloridos pendurados no pescoço. Ao fundo, alguns telões com palavras como "Tudo isso gera..."

Participação dos estudantes da EMEF Remo Rinaldi no Projeto Brincadas na PUC-SP: apresentação sobre sofrimento ético-político e violência na Praça da Cultura.

Com a participação dos professores e estudantes da EMEF Remo Rinaldi nos encontros presenciais na PUC, começaram a ocorrer trocas e interações com professores e estudantes de outras escolas públicas do estado, particulares e até de outras cidades. 

Para a coordenadora Sandra, participar das atividades presencialmente fortaleceu as ações que já vinham acontecendo na escola, pois lá havia troca com outros estudantes e professores. 

Assim, começaram a perceber que estavam vencendo as questões ligadas à saúde emocional na escola. Então o projeto social ganhou outras características e incorporou novos conceitos debatidos na PUC, como racismo ambiental, violência, entre outros. 

Voltar o olhar para o entorno

Composição com duas fotografias que mostram estudantes jovens com camisetas sobre mesas de pedra e spray na mão.

Estudantes fizeram stencil com as camisetas no dia do Sarau na praça.

Ao lado da escola, há a Praça da Cultura. Um espaço que não é frequentado pelos estudantes e nem pela comunidade devido a questões de vulnerabilidades sociais que existem ali e  geram insegurança em todos. Esses pontos começaram a ser questionados e a reflexão se deu em torno de questões como:  “O que eu quero para a escola?”, “O que quero para o território?”, comenta Sandra. 

Como na PUC o objetivo é fazer investigação da realidade com o propósito de ação e intervenção, isso instigou os estudantes a realizarem ações na praça para se apropriarem do espaço de volta. A mais potente delas foi o sarau com poesias, músicas, exposição de camisetas com palavras estampadas na hora utilizando a técnica de stencil.

Conexões e trabalhos que continuarão

Pessoas sentadas em círculo algumas em cadeiras outras em tapetes e almofadas no chão.

Um dos momentos do congresso na cidade de New Delhi, na Índia, entre os dias 2 e 4 de novembro.

A coordenadora pedagógica, Sandra, e a estudante Suely Pereira da Silva, do 9º Ano A, foram convidadas a participar do congresso na Índia,  chamado “International Learning Exchange Event: Radical Forest Futures”, que aconteceu entre os dias 2 e 4 de novembro, na cidade de New Delhi. Elas participaram do evento com intuito de levar o relato de prática da EMEF, das atividades na interação e intervenção na realidade.

“Foi importante dialogar e integrar o repertório da mesa que levou experiências de pessoas de vários lugares do mundo. Além disso, conhecer os projetos de várias regiões da Índia que foram apresentados e pensarmos que, apesar de muitas diferenças culturais, em muitos momentos a luta pelas causas da preservação ambiental nos aproxima e sob essa questão encontramos muitos pontos em comum para dialogar e construir estratégias para lutar juntos”, diz Sandra. 

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