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Professora Maria Rute: “A educação é a minha segunda casa”
Homenageada com o Prêmio Professor Emérito, Maria Rute dedica-se à educação pública municipal desde 1987
Publicado em: 16/11/2017 14h13 | Atualizado em: 30/11/2020A Professora Orientadora de Informática Educativa Maria Rute de Almeida Luz dedica-se à educação pública municipal desde 1987. Começou a sua carreira na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Milton Ferreira de Albuquerque, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Capela do Socorro. Lá, seus sonhos estavam sendo planejados. Ao mesmo tempo, dava aulas em outra escola. Como os horários não batiam, depois de quatro anos na Milton, foi para a EMEF Afrânio de Mello, onde está há 26 anos. No dia 17 de outubro, Maria Rute foi homenageada pela Secretaria Municipal de Educação com o Prêmio Professor Emérito, concedido em reconhecimento às suas contribuições em prol da Educação Municipal.
Confira, abaixo, entrevista realizada pela equipe do Portal SME com a professora Maria Rute.
P. Por que ser uma professora?
R. Queria ser professora desde os meus seis anos. Eu achava e ainda acho o máximo ser uma educadora. Tenho quatro irmãos e tinha duas amigas na minha rua. Com eles, eu brincava de escolinha e era professora, dava lição e corrigia. Eu queria essa vida para mim.
P. Você tinha alguma referência?
R. Quando estava na sexta série, conheci o grande ídolo da minha vida: o professor de matemática Ricardo Barbosa de Almeida. Falei, na escola ainda, que seria professora de matemática, como o Ricardo. Quando falei isso para o meu professor, já no final do ensino fundamental, ele respondeu: “Rute, você é louca”. O tempo passou, finalizei o ensino médio, fiz faculdade de matemática e entrei na rede municipal. Um dia, fiz um curso na região de Santo Amaro e encontrei o meu antigo professor de matemática. Fiquei muito emocionada quando o vi, e ele ainda lembrou-se de mim. Fiquei muito feliz. Depois de um tempo de conversa, ele falou “é, Rute, você falou e realmente cumpriu. Você é uma professora!”. Foi um dia inesquecível.
P. Outras influências?
R. A psicóloga e pedagoga Emília Ferreira e o grande Paulo Freire.
P. Por que você foi para a área de informática?
R. Há 19 anos, começaram os laboratórios de informática na Prefeitura, e eu sempre quis aprender coisas novas – gosto muito de desafios. Adoro fazer cursos e é importante estar sempre se atualizando. Apareceu a oportunidade de ser Professora Orientadora de Informática Educativa (POIE) aqui na EMEF Afrânio. Foi montado o laboratório. Entrei para concorrer com muitos outros. Assumo, pensei que não iria conseguir. Fui surpreendida quando vi o resultado: a primeira colocada em voto pelo conselheiro. Depois que entrei na informática, não saí mais. Tornou-se uma outra paixão na minha vida.
P. Já pensou em voltar para a matemática?
R. Eu continuo professora de matemática! Dou aula para o 3º ano do ensino médio na Escola Estadual José Vieira de Moraes. Lá, estou há 33 anos. Poderia estar aposentada, mas eu não quero. Amo a minha profissão.
P. Quais foram as maiores dificuldades na sua carreira?
R. Sempre temos dificuldades. Não é fácil. Às vezes, temos problemas em sala de aula. Estudantes com problemas, etc. Faz parte da vida de todo professor.
P. Duas turmas. Duas histórias. Como são os seus estudantes?
R. Na Escola Estadual, dou aula para os adolescentes. Tenho uma relação muito boa com os 3ºs anos do ensino médio. A gente conversa muito. Com os meus pequeninos na EMEF, gosto muito do carinho deles. São muito verdadeiros no que falam. Isso me dá uma alegria enorme. E aqui na informática, quando observo o brilho nos olhos deles quando estão conhecendo algo novo, fico muito feliz por isso, pois estou conseguindo proporcionar mais conhecimentos para a vida dessas crianças.
P. Quantos cursos você fez? Quais foram os melhores?
R. Cursos? Mais de 60. Entre os melhores, cito todos os de informática. Tirando esses, os de xadrez. Dou aula de xadrez também. Adoro ensinar, explicar e levá-los a torneios. Quatro estudantes daqui da Afrânio foram campeãs do sub-16 da Capela do Socorro. Agora, no dia 25, vamos para a Final Municipal de xadrez. Vou com as quatro. Estou muito orgulhosa com esse curso de xadrez aqui na Afrânio.
P. Qual foi o ponto mais alto da sua carreira?
R. Quando fui campeã de xadrez aqui com as estudantes da Afrânio. Nossa, isso foi muito bom. Com todas as equipes, fomos campeões da Capela do Socorro em 2012.
E agora com o Prêmio Emérito. Logo me aposento, e fechei minha profissão com chave de ouro com este reconhecimento. Estou emocionada. Posso dizer que sou feliz em ser professora.
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