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Mapeamento das Experiências de Educação Integral em Tempo Integral na RME

Elaboração de proposta e consolidação das discussões sobre Educação Integral em Tempo Integral

Publicado em: 18/12/2015 15h16 | Atualizado em: 30/11/2020

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Para enfrentar o desafio de articular e ampliar as experiências desenvolvidas na Rede Municipal de Ensino na perspectiva da Educação Integral em tempo integral, a Secretaria Municipal de Educação constituiu um Grupo de Trabalho para mapear as experiências da RME e elaborar uma proposta de articulação, ampliação e consolidação dos acúmulos e discussões conceituais sobre Educação Integral em Tempo Integral como política pública, com o objetivo de potencializar a qualidade social da educação.

Entre os frutos dessa análise estão a consideração da necessidade de aprofundar o debate acerca do conceito de Educação Integral em parceria com as unidades educacionais, de construir uma política pública de Educação Integral em Tempo Integral que considere o sujeito no seu desenvolvimento global e em sua condição multidimensional e a constatação de que a Unidade Educacional deve ser concebida como espaço privilegiado da formação integral, mas não único. A Unidade Educacional, por meio de seu Projeto Político-Pedagógico pode e deve proporcionar experiências fora do espaço formal em conjunto com a comunidade escolar. E é o tempo de convivência nesses espaços privilegiados, qualificado por essas articulações, que se propõe expandir.

O capítulo ainda traz informações sobre o número de Unidades Educacionais que aderiram ao Programa Mais Educação/MEC, indutor da ampliação da jornada escolar e da organização curricular na perspectiva da Educação Integral, ações desenvolvidas pelas Diretorias Regionais de Educação (DREs) para mobilizar a adesão das Unidades Educacionais ao Programa Mais Educação/MEC, experiências em unidades de Educação Infantil, com atendimento de 8 horas/aula diárias, a importância dos CEUs da cidade como espaços privilegiados em relação ao trabalho na perspectiva da Educação Integral, o papel importante da Educomunicação no desenvolvimento de projetos de expansão da jornada escolar e os avanços e desafios a serem enfrentados na perspectiva da Educação Integral.

Clique aqui e veja o capítulo “O mapeamento das experiências da Rede Municipal de Ensino: início das nossas reflexões”.

Clique aqui e veja o documento orientador “São Paulo Integral – ampliando e construindo novos caminhos pedagógicos” na íntegra.


O mapeamento das experiências da Rede: início das nossas reflexões

A Educação Integral passa pela expansão de tempos, espaços e oportunidades educativas, cujo
ponto central marca uma aprendizagem conectada à vida e aos interesses e possibilidades dos
educandos, reconhecendo as múltiplas dimensões do ser humano e a peculiaridade do
desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. A SME, diante do desafio de articular e
ampliar as experiências desenvolvidas na Rede Municipal de Ensino (RME) na perspectiva da
Educação Integral em tempo integral, constituiu um Grupo de Trabalho
[1] para realizar um mapeamento
das experiências da Rede, elaborar uma proposta de articulação, ampliação e consolidação
dos acúmulos e discussões conceituais sobre Educação Integral em Tempo Integral como
política pública, visando potencializar a qualidade social da educação.

As análises das experiências desenvolvidas nas regiões trouxeram a preocupação de
aprofundar o debate acerca do conceito de Educação Integral e pontuaram a importância de
fazer essa reflexão em parceria com as Unidades Educacionais, explicitando, inclusive,
princípios e diretrizes que norteiam a proposta de educação integral em tempo integral.

A análise das experiências desenvolvidas pelas UEs nas diferentes regiões da cidade apontam
para a necessidade de uma política pública de Educação Integral em tempo integral que
considere o sujeito no seu desenvolvimento global, em sua condição multidimensional.

A Unidade Educacional é concebida como espaço privilegiado da formação integral da criança
e do adolescente sem, no entanto, considerar-se como o único espaço dessa formação. Por
meio de seu Projeto Político-Pedagógico pode e deve proporcionar experiências, fora do
espaço formal, vinculadas aos projetos institucionais, elaborados em conjunto com a
comunidade escolar. Uma escola construída no território, com as crianças, adolescentes e
comunidade escolar, atenta a sua cultura, valorizada e ampliada no diálogo com outros
saberes. É o tempo de convivência nesses espaços privilegiados, qualificado por essas
articulações, que se propõe expandir.

Nessa trajetória, as Unidades Educacionais desenvolvem as ações na expansão de jornada, em
consonância aos Programas Mais Educação São Paulo e Mais Educação Federal, respeitando as
diretrizes e princípios de seus Projetos Político-Pedagógicos. Das experiências emergem
movimentos de reorganização curricular dos ciclos do Ensino Fundamental, em articulação ao
currículo integrador da Educação Infantil que, na perspectiva da Educação Integral, busca
olhar para o sujeito em sua integralidade, considerando suas pertenças étnicas e de gênero,
em suas múltiplas dimensões: física, emocional, intelectual, social, lúdica e cultural.

As Unidades Educacionais que aderiram ao Programa Mais Educação/MEC, indutor da ampliação
da jornada escolar e da organização curricular na perspectiva da Educação Integral, de
acordo com o projeto educativo em curso, optaram por desenvolver atividades nos diferentes
macrocampos, com a finalidade de ampliação dos tempos, espaços e oportunidades educativas
(ciclos). Em 2014, 365 Unidades Educacionais aderiram ao Programa Federal Mais Educação e
tiveram seu Plano de Atividades aprovados pelo MEC, sendo 72.147 educandos inscritos.

DRE

UE

Educandos inscritos

Butantã

21

1.477

Campo Limpo

40

6.184

Capela do Socorro

21

3.211

Freguesia do Ó/Brasilândia

33

4.092

Guaianases

18

4.201

Ipiranga

15

2.579

Itaquera

20

2.925

Jaçanã/Tremembé

23

3.807

Penha

27

5.899

Pirituba

42

8.731

Santo Amaro

31

3.621

São Mateus

35

7.339

São Miguel Paulista

39

18.081

Total

365

72.147

As Diretorias Regionais de Educação (DREs) desencadearam várias ações para mobilizar a
adesão das UEs à política indutora de Educação Integral em Tempo Integral do Programa Mais
Educação MEC, tais como: Grupos de Trabalho de formação temática, reuniões com equipes
gestoras, formação específica para Professor Orientador de Educação Integral – POEI, entre
outras.

A realização das experiências e vivências de ampliação de jornada nas Unidades Educacionais
ocorre mais frequentemente nos espaços escolares. A articulação com o território é
reconhecida como necessária e imprescindível. A intersetorialidade vai nessa mesma direção,
o que fica evidenciado como busca no trabalho desenvolvido nas diferentes regiões, e se
constitui num desafio constante.

Em algumas Unidades de Ensino Fundamental, a organização das turmas envolvidas na expansão
de jornada pauta-se pelo atendimento aos educandos em situação de vulnerabilidade. Em
outras, pelo atendimento à totalidade de educandos de uma determinada turma ou de educandos
de turmas distintas. Excepcionalmente, em algumas Unidades de Educação Infantil há
experiências de expansão de jornada escolar oferecida a todas as turmas em regime de 8
horas-aula diárias.



EMEI em 8 horas

DRE

UE total

UE Parcial

Nº de alunos
Butantã

4

683

Ipiranga

10

2

1.717

Jaçanã/Tremembé

5

835

Penha

5

554

Pirituba

10

1.735

Santo Amaro

1

114

São Mateus

1

274

Total

35

3

5.912

Fonte: EOL – data-base: out./2015

Os CEUs da cidade são espaços privilegiados quando nos referimos ao trabalho na
perspectiva da Educação Integral. A expansão da jornada dos educandos, nestas unidades, foi
retomada em maio de 2015, por meio de oficinas, com a celebração de convênios em campos
educacionais como: Cultura Corporal e Movimento; Esportes Radicais; Múltiplas Linguagens
Artísticas; Oficinas de imagem/audiovisual, possibilitando a ampliação das possibilidades
artísticas para crianças e adolescentes. Além disso, houve continuidade na parceria com a
Secretaria Municipal de Cultura (SMC) para as atividades do Projeto de Iniciação Artística
(PIA), do Projeto Vocacional e do “Guri”, programa de educação musical que oferece, aos
educandos, cursos de canto coral, luteria, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas
friccionadas, sopro, teclados, percussão e iniciação musical.

A Educomunicação também está presente no desenvolvimento de projetos de expansão da jornada
escolar, promovendo o protagonismo infantojuvenil por meio da comunicação e suas
tecnologias, por meio de trabalhos colaborativos autorais, projetos educacionais na
Educação Infantil, formação para qualificação profissional na Educação de Jovens e Adultos,
formação de educadores dos Centros de Educação e Cultura Indígena e formação continuada aos
Profissionais de Educação que atuam nas Unidades Educacionais e nas DREs.

Dentre os avanços desencadeados a partir do trabalho na perspectiva da Educação Integral,
destacam-se:

– melhoria nos resultados de aprendizagem e do Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica – IDEB;

– consolidação da alfabetização;

– valorização da identidade e desenvolvimento da autonomia dos educandos;

– melhor percepção do papel da escola como núcleo social;

– fortalecimento do sentimento de pertença e das relações de convivência;

– relação prazerosa com as atividades de expansão da jornada;

– maior assiduidade dos educandos;

– diálogo entre as metodologias e estratégias utilizadas nas atividades de expansão da
jornada na perspectiva do currículo integral;

– manifestação de propostas curriculares inovadoras;

– reconhecimento e ampliação dos territórios educativos e comunidades de aprendizagem;

– atendimento ao sistema de garantia de direitos na perspectiva da proteção integral da
criança e do adolescente.

No entanto, na incompletude de toda a ação educativa há desafios a serem enfrentados:

– ressignificar o currículo e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares
inovadoras;

– potencializar as vivências democráticas;

– expandir o tempo de permanência dos educandos para, no mínimo, 8 (oito) horas-aula
diárias, durante todo o período de efetivo trabalho escolar;

– fomentar a intersetorialidade e a articulação intersecretarial;

– melhoria da infraestrutura educacional (física, operacional, institucional, de recursos
humanos);

– expansão dos territórios educativos;

– aprofundamento da concepção da educação integral;

– ampliação dos recursos humanos e financeiros;

– articulação das ações como um conjunto a serviço do desenvolvimento do processo de
aprendizagem de um sujeito integral;

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