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Infância Saudável – mais experiências, menos contato com telas

Na Primeira Infância, não é recomendável deixar bebês e crianças na frente de telas eletrônicas

Publicado em: 21/05/2019 11h01 | Atualizado em: 30/11/2020

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O Currículo da Cidade – Educação Infantil, material publicado pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo em 2019, traz uma série de apontamentos que orientam os educadores para que sejam assegurados os direitos de aprendizagem e desenvolvimento a todos os bebês e crianças. Ele ressalta a importância de que as brincadeiras e as experiências vividas nos diversos espaços das Unidades Educacionais (UEs) possibilitem a interação e a reflexão e, entre outras coisas, problematiza sobre o uso inadequado dos aparelhos de TV em ambiente escolar.

A utilização da TV como recurso para entretenimento foi empregado durante anos em muitas escolas de Educação Infantil, sem intencionalidade pedagógica. No entanto, a Ciência e os especialistas em desenvolvimento infantil trazem teorias que orientam para uma mudança de comportamento. Em São Paulo, o comprometimento das educadoras da Rede Municipal de Educação vem modificando esse panorama.

O Currículo da Cidade ressalta que “a interação e reflexão sobre o mundo que os cerca, sobre os elementos da natureza, sobre as relações com outras crianças e adultos, para que possam criar e testar suas hipóteses, construindo assim, suas aprendizagens”. Nesse sentido, é possível problematizar o uso inadequado dos aparelhos de TV no cotidiano educacional, que, na maioria das vezes, apenas estimulam uma postura passiva das crianças frente às telas

De acordo com o Currículo da Cidade – Educação Infantil “Nessa idade, o entretenimento acontece com a atividade lúdica de exploração do mundo e expressão do vivido por meio das diferentes linguagens, e essencialmente com a atividade do corpo e da mente, articuladas com a vontade. Não é saudável que a criança fique sentada por longos períodos e nem apenas observando. (…) Além disso, as famílias/responsáveis já fazem bastante uso da televisão em casa: o papel da escola de oferecer diversidade de experiências cresce em responsabilidade frente a isso”.

Consonante com esta proposição, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou em 24 de abril de 2019, recomendações (veja quadro abaixo) de não deixar bebês e crianças até cinco anos de idade, frente a dispositivos eletrônicos como TV, tablets, computadores e celulares por mais de uma hora por dia. E ainda alertou que bebês com menos de um ano não devem passar nem um minuto na frente desses tipos de telas eletrônicas. As orientações fazem parte de conscientização da agência da ONU sobre sedentarismo e obesidade infantil.

Considerando que a potência de desenvolvimento do cérebro humano na Primeira Infância é maior que em outras fases da vida e que tem relação direta com os estímulos e experiências vivenciadas, cabe às Escolas de Educação Infantil possibilitar ambientes de aprendizagem que promovam cada vez mais situações que favoreçam interações significativas e conexões sinápticas dos bebês e crianças.

O Currículo da Cidade – Educação Infantil fala sobre a importância do ambiente educacional ser diferente do domiciliar e da missão de apresentar aquilo que bebês e crianças não conhecem, a fim de ampliar as suas experiências estéticas. “Não há sentido em reproduzir a programação de seus lares. Logo, não é adequado que exista um aparelho de TV para cada turma e, quando houver um aparelho de TV na UE, este não deve ser usado como recurso para preencher tempos de espera”.

Confira o quadro da Organização Mundial da Saúde com as recomendações sobre atividade física, sedentarismo e sono para crianças menores de cinco anos, segmentadas por faixa etária:

Bebês (menos de um ano):

  • Devem estar fisicamente ativos várias vezes ao dia de várias maneiras, particularmente por meio de brincadeiras interativas no chão. Quanto mais, melhor. Para os que ainda não sabem andar, essas atividades físicas devem incluir pelo menos 30 minutos em posição de bruços, repartidos ao longo do dia, nos momentos em que os bebês estiverem acordados;
  • Não devem permanecer sob formas de contenção e restrição do movimento por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê, cadeiras altas ou nas costas de um cuidador. Não se recomenda que passem tempo diante de telas de dispositivos eletrônicos. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias;
  • Devem ter de 14 a 17 horas (no período do nascimento aos três meses de idade) ou de 12 a 16 horas (no período de quatro a 11 meses de idade) de sono de boa qualidade, incluindo cochilos.


Crianças de um a dois anos de idade:

  • Devem passar ao menos 180 minutos em uma variedade de atividades físicas em qualquer intensidade, incluindo atividades físicas de intensidade moderada a elevada, distribuídas ao longo do dia. Quanto mais, melhor;
  • Não devem ficar restritas por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê, cadeiras altas ou nas costas de um cuidador — nem permanecer sentadas durante longos períodos de tempo. Para crianças de um ano de idade, não se recomenda nenhum período de tempo em atividades sedentárias em frente a uma tela (assistindo à TV ou vídeos ou em jogos de computador). Para aquelas com dois anos de idade, o tempo sedentário em frente às telas não deve ser superior a uma hora. Quanto menos, melhor. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias;
  • Devem ter de 11 a 14 horas de sono de boa qualidade, incluindo cochilos, com horários regulares para dormir e acordar.


Crianças de três a quatro anos de idade:

  • Devem gastar ao menos 180 minutos em vários tipos de atividades físicas em qualquer intensidade. Pelo menos 60 minutos devem envolver atividades de intensidade moderada a elevada, repartidas ao longo do dia. Quanto mais, melhor;
  • Não devem ficar contidas por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê — ou ficar sentadas por longos períodos. O tempo dedicado a atividades sedentárias em frente às telas não deve exceder uma hora. Quanto menos, melhor. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias;
  • Devem ter de 10 a 13 horas de sono de boa qualidade, que podem incluir cochilos, com horários regulares para dormir e acordar.

Acesse a íntegra do Currículo da Cidade – Educação Infantil.

Referências externas:

Para crescer saudáveis, as crianças necessitam passar menos tempo sentados e brincar mais

Informativo da comissão para acabar com a obesidade infantil

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