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EMEF Tamandaré viaja pela cultura boliviana por meio do Scratch

Projeto incentiva conhecer imigrantes bolivianos e recontar suas histórias utilizando conceitos de lógica de programação

Publicado em: 04/06/2018 16h45 | Atualizado em: 30/11/2020

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Por Imprensa Jovem Rádio Calafrio

Os estudantes do Projeto de Informática com ênfase em Robótica e Gamificação da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Almirante Tamandaré, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Jaçanã/Tremembé, desenvolveram uma atividade para trabalhar a cultura boliviana, muito presente no bairro da Vila Maria Alta, onde está localizada a escola.

O projeto desenvolvido pela professora Ludmilla Mignaco conta com 28 alunos do terceiro ao quinto ano e aplica conceitos de lógica de programação, tendo como base a cultura maker, a criatividade e o fazer e refazer.

Na manhã do dia 5 de abril, os alunos assistiram ao documentário “No Desistas”, sobre a imigração de bolivianos para a cidade de São Paulo. A exibição contou com a presença da boliviana Norka Karina Rodriguez Fuentes, mãe de uma das alunas do projeto, que conversou sobre sua terra natal. “Esse intercâmbio cultural com a comunidade boliviana local é importante para estreitar as relações e aprendermos um pouco mais sobre esse país. Em dez anos, o número de imigrantes bolivianos aumentou mais de 150%, segundo o IBGE. Estima-se que mais de 350 mil bolivianos vivam aqui em São Paulo, principalmente na zona norte. E se hoje o currículo é voltado para a cidade de São Paulo, é impossível fechar os olhos para essa realidade e não trazer isso para a sala de aula, independente da disciplina, inclusive para (re)pensar a inserção educacional dos alunos bolivianos”, explicou a professora Ludmilla Mignaco, também professora orientadora de informática educativa (POIE).

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Nascida em Oruro, na Bolívia, e há 12 anos no Brasil, Norka Fuentes também conversou com a Imprensa Jovem Rádio Calafrio. “Falamos três idiomas: quéchua, aimará e castelhano. Minha cidade mudou muito nos últimos anos, está mais moderna, mas no campo ainda é comum as mulheres vestirem roupas coloridas e usarem um espelho no chapéu. Esse espelho mostra que a moça ainda não é senhora, ou seja, não é casada. Há muitos casamentos arranjados no campo, geralmente as meninas se casam aos 15 anos. Há leis que protegem a criança e o adolescente, mas só começaram realmente a funcionar com o presidente Evo Morales. O serviço público na Bolívia não é como aqui. Pagamos uma taxa para consultar um médico, para ser internada e a alimentação não é das melhores nos hospitais. Viemos para cá para trabalhar, para melhorar de vida e aqui é muito bom, mas sinto muito falta do meu país”, contou Norka.

Em seguida, foi proposto um projeto para os alunos desenvolverem, ao longo do mês, uma animação no Scratch, linguagem de programação que permite criar histórias e jogos. O objetivo é divulgar algum ponto interessante da cultura boliviana ou da história dos imigrantes que lhes chamou atenção, trabalhando os conceitos de gamificação e robótica. Os alunos já produziram animações da cidade de Oruro, de danças folclóricas como a saya boliviana e também criaram pequenas narrativas, utilizando frases em castelhano. E isso é só começo, vem muita coisa boa por aí produzida pelos pequenos programadores!

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