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Cem anos depois, Semana de 22 ainda reverbera na educação municipal

Ações de unidades educacionais fazem referência à Semana de Arte Moderna 

Publicado em: 17/02/2022 12h04 | Atualizado em: 17/02/2022
Estudantes visitando a Casa Mario De Andrade

Visita de estudantes à Casa Mário de Andrade – imagem feita antes da pandemia

Há cem anos, artistas das mais diversas áreas reuniram-se no Theatro Municipal de São Paulo para um evento que veio a se tornar o mais importante para a produção cultural do Brasil. Nomes como Anita Malfatti, Victor Brecheret, Oswald de Andrade, Heitor Villa Lobos e Mário de Andrade estão entre os pioneiros do movimento modernista que foi iniciado a partir da Semana de Arte Moderna, ocorrida entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. 

A Semana de 22 introduziu ao cenário brasileiro as tendências que surgiam na Europa e davam mais liberdade na produção e na pesquisa estética no campo das artes e na literatura. A pintora Tarsila do Amaral, apesar de não ter participado do evento no Theatro Municipal, é um dos expoentes do modernismo brasileiro, que deu origem ao movimento antropofágico.

Apesar do hiato temporal de um século, a obra e o pensamento de vanguarda dos artistas modernistas ainda reverberam no cotidiano das escolas municipais de São Paulo. Desde 2014, anualmente, estudantes e educadores participam da Semana de Arte Moderna da Academia Estudantil de Letras (AEL). Um evento inspirado no movimento de 1922 que acontece simultaneamente em vários Centros Educacionais Unificados (CEUs) da cidade. Ao todo, ocorrem cerca de 100 apresentações literárias e cênicas e reúne 1.500 crianças e jovens que atuam nas AELs de suas unidades.

Para o representante da equipe técnica da AEL na Secretaria Municipal de Educação (SME), Samir Mustapha, “a semana tem a intenção de valorizar a mescla de linguagens artísticas e a inovação literária corrente nas escolas municipais da cidade”. Em 2022, a Semana de Arte Moderna da AEL voltará ao formato presencial e ocorrerá entre os dias 25 e 28 de outubro em CEUs e espaços culturais de diferentes regiões de São Paulo.

Ações nas unidades educacionais

No bairro Vila Invernada, na zona leste da cidade, é possível admirar nos muros externos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Emiliano Di Cavalcanti reproduções da obra do artista paulista. Pinturas como a “Cinco Moças de Guaratinguetá” e “Arlequins” podem ser vistas ao caminhar pelo bairro. A ação de revitalização dos muros foi desenvolvida pela escola com a participação dos estudantes e comunidade escolar.

Fotografia da fachada da EMEF Emiliano Di Cavalcante

Na EMEF Júlio César Sousa e Melo – Malba Tahan, no bairro Itaquera, é costumeiro o trabalho com as temáticas do modernismo e da Semana de 22. Este ano, já no início das aulas, o professor orientador da sala de leitura, Rogério da Silva, promoveu rodas literárias e discussões sobre a obra de Mário de Andrade que possuem ligação com o movimento iniciado em 22. Juntamente com a professora de Arte, Terezinha de Jesus Medeiros, eles coordenam o projeto da AEL na unidade. 

Os professores promovem atividades de estudos literários e cênicos com estudantes fora do horário regular das aulas. Antes da pandemia decorrente da Covid-19 cerca de 100 crianças e adolescentes participavam das atividades. Visitas monitoradas para o Theatro Municipal de São Paulo e para a casa Mário de Andrade já estiveram entre as ações do projeto. No próximo mês de abril, os estudantes apresentarão uma esquete teatral sobre Mário de Andrade. O escritor foi escolhido para ser o patrono da AEL na escola.

Na EMEF Vicentina Ribeiro da Luz, no bairro Parque Santo Eduardo, os estudantes da unidade escreveram a peça teatral “As cores de Tarsila”, em que narram a vida da pintora desde o início de sua amizade com a Anita Malfatti, o primeiro contato com Oswald de Andrade, a Semana de Arte Moderna e a criação do movimento antropofágico. A peça foi criada durante os encontros da AEL na escola, com a coordenação da professora que iniciou a orientação de leitura, Sueli Rafael Oracic, em 2019. Na mesma época, a professora Dalila Rodrigues do Amaral coordenava as ações de iniciação cênica.  Atualmente ela fica com as orientações de leitura, enquanto Lina Ribeiro Guedes Diorio trabalha com a parte cênica.

Há previsão para o trabalho dos estudantes das duas EMEFs serem apresentados durante a 11ª Semana Municipal de Incentivo e Orientação ao Estudo e à Leitura deste ano. As apresentações devem ocorrer no Theatro Municipal entre os dias 04 a 08 de abril de 2022. A ação é desenvolvida pelas secretarias de Educação e Saúde em parceria com a Câmara dos Vereadores de São Paulo. 

Teatro Na Semana De Arte Moderna

Estudantes da EMEF Vicentina Ribeiro da Luz apresentando a peça “As cores de Tarsila” em edição da Semana de Arte Moderna da AEL – foto feita antes da pandemia

Homenagens

Há ainda diversas Escolas Municipais de São Paulo que prestam homenagens aos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 22 ou que participaram do movimento modernista. São elas:

Semana de 1922:

EMEF Cassiano Ricardo – DRE Ipiranga

EMEF Emiliano Di Cavalcanti – DRE Penha

EMEF Guilherme de Almeida – DRE Penha

EMEI Heitor Villa Lobos – DRE Ipiranga

EMEI Mário de Andrade – DRE São Mateus

EMEF Plinio Salgado – DRE Capela do Socorro

EMEI Ronald de Carvalho – DRE Itaquera

EMEF Sérgio Milliet – DRE Itaquera

Outros modernistas:

EMEI Manuel Bandeira – DRE Freguesia

EMEI Patrícia Galvão – DRE Ipiranga

EMEF Paulo Prado – DRE Pirituba

EMEF Tarsila do Amaral – DRE Butantã

 

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