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Arte, memória e representatividade são estampados nos muros da escola
EMEF no bairro da Casa Verde estuda memórias do território e estimula reflexões sobre questões raciais e culturais
Publicado em: 03/10/2022 17h36 | Atualizado em: 03/10/2022
Fachada da EMEF Humberto Dantas com o grafite da artista Ziza
A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Humberto Dantas, na zona norte da cidade de São Paulo, tem promovido ações e trabalhos pedagógicos que resgatam a identidade do bairro, valorizam a multiculturalidade e reverberam em ações concretas que mudam a cara do ambiente educacional e melhoram as interações entre os estudantes.
Por meio da reflexão sobre o território da Casa Verde e a partir das linguagens artísticas, os educadores têm trabalhado o empoderamento feminino, as questões raciais e migratórias, apontando as riquezas culturais dos povos e histórias dos territórios.
A diretora da unidade, Maria Alice Zimmermann, relata que na escola há estudantes de Moçambique, da África do Sul, Venezuela e da Bolívia. Apesar do potencial cultural, as questões raciais e de gênero ainda são temas que precisam ser amplamente trabalhados para melhorar o convívio e as aprendizagens. Para ela, a escola é uma aldeia muito potente de diversidade e é possível usar as linguagens artísticas para melhorar as interações e promover a autoestima das crianças e jovens matriculados, além da comunidade.

Fotografia do painel de grafite feito pelo artista Griô
Representatividade
Por meio de uma pesquisa censitária com parte da comunidade escolar, a escola constatou que 54% das famílias se autodeclaram negras e que a maioria das famílias são mantidas por mulheres. A unidade está localizada no bairro da Casa Verde, região que, em meados dos anos 50, devido a elitização da área central da cidade, foi mais amplamente ocupada pelas comunidades negras que foram empurradas para os bairros mais periféricos.
Nesta época, os bairros Cachoeirinha, Limão, Parque Peruche, Brasilândia e Freguesia do Ó também foram destino para esta população. A migração resultou em um território repleto de manifestações culturais afro-brasileiras, sendo as escolas de samba as mais recorrentes na região, entre elas: Império de Casa Verde, Mocidade Alegre e Rosas de Ouro.
A equipe docente da unidade já vem estudando a temática racial há algum tempo no Projeto Especial de Ação (PEA) e também em Reuniões Pedagógicas. Parcerias com artistas e instituições da região têm proporcionado o aprofundamento do tema junto aos estudantes, equipe docente e também comunidade. Além do pedagógico, o trabalho está reverberando em ações concretas que mudam a cara do ambiente educacional.

Ziza conversa com estudantes na frente do painel grafitado
O grafiteiro Griô fez pinturas nos muros que evidenciam a cultura e o folclore popular brasileiro. Já a artista e pesquisadora Ziza (Regina Elias), além de pintar grandes murais com figuras de mulheres negras, fez oficinas de sublimação e bate-papos com estudantes e professores em que tratou da história da Casa Verde e arredores. “Ziza nos ajudou a entender a identidade do território, a história do samba e das comunidades quilombolas que historicamente habitavam o território. Conseguimos compreender as razões que permeiam os esquecimentos e as memórias das pessoas que fizeram e fazem a história do nosso bairro”, comemora a diretora.
Além da melhoria do aspecto visual da unidade, as pinturas têm servido como fomentador de outras discussões nas salas de aulas, os professores vêm trabalhando filmes e textos que trazem a questão do racismo à tona. A ideia é que os conflitos e casos de bullying deixem de acontecer.
“Entendemos que colocar parte da cultura deles na parede, como forma de arte, é mostrar que esse lugar também é deles. Queríamos uma arte com significado, mostrando que as nossas questões, nossos conflitos, nossas alegrias podem ser estampadas com pinturas e trabalhadas com as diferentes linguagens, como dança e música, por exemplo”, enfatiza a gestora.
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