Socorro Lacerda de Lacerda

Educador Autor

capa do livro Ideologia e utopia na República da Estrela      capa da Revista de Educação- AEC do Brasil, Ano 27 - nº 106 - jan/mar. 1998    capa do livro Tecendo Histórias de gente...

 Ideologia e utopia na República da Estrela – Factash Editora, 2006

A autora realizou um trabalho original de recuperação de um movimento social pouco estudado pela historiografia brasileira. A República da Estrela foi proclamada no início do Século XX e foi liderada pelo lendário Coronel Zuza Lacerda, no alto sertão da Paraíba. O Coronel ousou enfrentar o governo estadual, ao sentir-se desprestigiado e proclamou independentes as suas terras e a região onde exercia o seu poder de “Coronel.” Socorro Lacerda ancorou seu trabalho nos estudos clássicos sobre o “coronelismo”, bem como historiografia clássica sobre a história política da Primeira República, baseando-se em autores como Raimundo Faoro, para desvendar os mecanismos que constituem essa forma de liderança política, que vai do uso da força física e psicológica, à formação de um exército particular.

Revista de Educação- AEC 
AEC do Brasil, Ano 27 – nº 106 – jan/mar. de 1998
Resenha do livro Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire

Tecendo Histórias de gente…
Olgair Gomes Garcia e Socorro Lacerda de Lacerda (organizadoras)
Autores
Ahamed Mohamed Osman / Ester Zanco Ramos /Januário da Natividade Ramalho
Lidinéia Franklin / Marilu Alves Trindade / Messias Souza Ramos / Olgair Gomes Garcia
Regina Maria Alves Moraes / Socorro Lacerda de Lacerda / Solange Leandro Vieira Ferreira
Vilma Alves
Que livro é esse?
Com certeza, por guardar tantas possibilidades de respostas, a pergunta é por demais instigante e pode suscitar um sem número de reflexões. A idéia primeira era uma proposta feita a um grupo de professores para que pensassem num momento especial de suas vidas e o registrassem por escrito. Uma proposta que parecia simples e que, por isso mesmo, guardava uma resposta simples. Mas o descortinar da “boniteza”, como diria Paulo Freire, começou exatamente quando o primeiro relato foi lido. Neste primeiro dia, nos encantamos com apenas alguns dos vários que compõem este livro. Um sentimento bom de prazer e admiração nos tomou de tal forma que logo todos foram se propondo a trazer os outros relatos nos próximos encontros e fomos nos enredando numa corrente de admiração recíproca, de vontade de compartilhar de nossa experiência de encantamento com outras pessoas. O livro começou a cochichar nos nossos ouvidos que queria não ser apenas sonho. Bastou alguém sugerir e foram jorrando as idéias. Ela se apresentou por inteiro a nossa imaginação e criatividade, e aí está, pleno para ser apreciado. Acontece que esse livro não é só isso. A boniteza revelada se constitui apenas no anúncio do quanto é fecundo e desvelador daquilo que se conhece tão pouco a respeito do “ser gente de professores e professoras”. A importância social de professores é algo que dificilmente alguém contesta, no entanto, tem-se a impressão, quase sempre, de que são ou deveriam ser seres sobre-humanos, perfeitos e possuidores de qualidades incomparáveis. Ora, a beleza de um professor ou professora não consiste no fato de que deixem de ser gente como qualquer outra pessoa. A boniteza está exatamente na possibilidade de ser gente que gosta de gente e se interessa pela formação de outras gentes. E a boniteza deste livro está também muito ligada a isso: à medida em que se vai conhecendo retalhos das vidas de alguns professores e professoras, vai se apropriando também das histórias de construção de vidas, de vidas que foram se direcionando para escolher como razão de suas vidas, cuidar de outras vidas em construção. Pode-se dizer então que, professores e professoras são extremante importantes não porque são possuidores desta ou daquela característica, mas porque, na simplicidade de suas histórias de vida, nas dificuldades que tiveram que enfrentar, nas injustiças que muitas vezes suportaram com muita dor e indignação, nos sonhos que foram arquitetando nas situações vividas, nos projetos que o desenrolar da própria vida foi lhes descortinando, foram se constituindo e se fortalecendo para ser presença num mundo muito mais acolhedor. Esse livro, na verdade é um convite para se buscar entender com mais acuidade, com mais cumplicidade, com mais cuidado, a presença de professores e professoras no seio da sociedade e no seu trabalho na formação de crianças e jovens. “Tecendo histórias de gente…” que é educador na escola pública, na autenticidade e simplicidade com que os diferentes fios vão se entrelaçando e compondo o tecido de cores fortes e vibrantes e de textura rústica e ao mesmo tempo suave, retrata bem o universo de gente comum que é constituído também por professores e professoras.
Olgair Gomes Garcia, outubro de 2007