Janaina Helena Mota

Diário de uma professora aprendiz: autista e Libras
Ed. Pedro e João, 2024
No começo, interpretar a Libras era apavorante, conversar com uma pessoa surda era apavorante, as pessoas pareciam diferentes, até que chegou a medicação. Sim, medicação, pois além do TEA, tenho uma sequela da falta de oxigenação. O artista é uma pessoa que muitos descrevem como sendo livre. E para isso, esse indivíduo está sempre com foco na sua intuição, ele consegue ver o que outras pessoas não veem, mostrando isso em seguida por meio de cores, sons, texturas em objetos, entre outras muitas emoções. Sentir o mundo numa sensibilidade sensorial que pode ser extrema e que se torna arte, artista e arteira. Enfatizando que não são só os surdos que precisam saber o português na forma oral ou escrita, mas os ouvintes precisam aprender Libras para saberem se comunicar com um surdo. A Libras também estimulará no cérebro do ouvinte áreas não estimuladas pela língua oral. Ao trabalhar no polo do município de São Paulo, pude perceber que as crianças ouvintes começaram a se interessar em aprender Libras para conversar com os colegas surdos, pois estão na mesma escola. Libras pode tornar o ambiente de aprendizagem mais dinâmico e interativo, promovendo maior engajamento entre os alunos. A diversidade de métodos de comunicação pode aumentar a participação e o envolvimento de todos os estudantes. Por estar em uma escola polo bilíngue, esta instituição pode ter um benefício maior usando as duas línguas: Português e Libras. Aprender Libras desde cedo pode promover uma cultura de inclusão e empatia entre os alunos, ajudando-os a entender e respeitar as diferenças. Além disso, Libras é uma língua viva e flexível, que pode ser adaptada para diferentes contextos e necessidades, tornando-se uma ferramenta universal de comunicação.
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