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Material educativo oferece orientações à temática indígena

Material traz princípios para as ações educativas que contemplem as sociedades originárias de nosso país

Publicado em: 10/09/2019 17h54 | Atualizado em: 30/11/2020
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Como parte integrante do Currículo da Cidade de São Paulo e tendo à frente os referenciados escritores indígenas Cristino Wapichana e Daniel Munduruku, o material Povos Indígenas: Orientações Pedagógicas contempla reflexões críticas acerca da presença indígena em território nacional, sua diversidade, suas culturas, seus modos de conceberem a existência e suas respostas ancestrais aos dramas do cotidiano por eles vividos.

Para Wagner Palanch, diretor do Núcleo Técnico de Currículo da Secretaria Municipal de Educação, proporcionar aos professores a possibilidade de questionarem os conhecimentos já estabelecidos e os fazeres pedagógicos cristalizados, bem como romper e superar com os padrões estereotipados é uma proposta bastante ousada, porém necessária e incentivada pelo Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais.

Entre os desafios enfrentados na produção da obra está trazer estes povos para nossa contemporaneidade, notando-os como parte da formação da identidade nacional e ao mesmo tempo incutir um novo modelo de abordagem. Tais desafios também nortearam a realização do IV Seminário Agosto Indígena de 2019 que aconteceu no último dia 30 de agosto, na UNINOVE – Barra Funda, reuniu cerca de 450 educadores da Rede Municipal de Ensino de São Paulo e marcou a entrega do material – “Povos Indígenas: Orientações Pedagógicas”.

Segundo Vera Benedito, do Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais, a cidade de São Paulo é pioneira em pensar políticas educacionais para as populações imigrantes, indígenas, afro-brasileiras e africanas, sendo o Seminário Agosto Indígena mais uma oportunidade de repensar as contribuições destes povos. “O Seminário, que já é uma tradição da Rede Municipal de Ensino, apresenta aos educadores palestras, eventos culturais e oficinas que incorporam os saberes e conhecimentos dos povos originários deste país, englobam as histórias de culturas de povos imigrantes, assim como de populações negras e afro-brasileiras”, destacou a educadora.

Assim como a proposta do livro, o evento em si foi uma desconstrução de estereótipos e imagens congeladas, para descortinar saberes que nos ajudam a compreender a complexa engrenagem que, por muito tempo, colocou esses povos como subalternos ou como um empecilho para a vida social brasileira.

As ações do Seminário – música, teatro, poesia e falas indígenas emocionantes e profundamente amadurecidas – ecoaram no espírito dos presentes e nutriram de esperança, de comprometimento e de certezas de que o encontro é possível, desde que se rompa com o envolvente discurso da história única que privilegia uns em detrimento de outros.

A formação recebida, o aporte deste material e o comprometimento de todos os educadores da Rede Municipal de Ensino de São Paulo proporcionarão a abordagem da temática na sala de aula com respeito, tolerância e afeto, princípios da convivência humana sempre.

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