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Mulheres na Educação: a menina que sabia o que ia ser quando crescer
Hoje coordenadora pedagógica do Cieja Vila Sabrina, Angélica de Oliveira já atuou também no ensino fundamental e em turmas de recuperação
Publicado em: 15/03/2021 13h19 | Atualizado em: 15/03/2021Aos 14 anos, a adolescente Angélica Brenda Diogo de Oliveira já sabia muito bem o que queria ser quando crescesse: professora. O interesse precoce pela Educação veio tanto da influência familiar, com pai, tias e irmão professores, quanto da vontade de melhorar o mundo e a vida das pessoas.
Seu desejo começou a se transformar em realidade quando entrou no CEFAM (Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), de onde saiu aos 18 anos para lecionar no ensino fundamental em uma escola particular. Os dez anos em que permaneceu na rede privada foram de muito aprendizado, mas também consolidaram a convicção de atuar na escola pública, onde pudesse desenvolver um trabalho com caráter mais social.
A segunda etapa de sua história com a Educação aconteceu dez anos depois, quando passou no concurso para ingresso na rede municipal de ensino de São Paulo. “A escola pública permite uma participação maior, os profissionais têm voz na construção do projeto pedagógico. É uma gestão mais horizontalizada, que me agrada. Há foco no desenvolvimento integral e não apenas na competitividade”, destacou Angélica.
Assumiu o cargo de professora, ainda no ensino fundamental, na EMEF Octavio Pereira Lopes. Sua inquietação, porém, logo a levou em busca novos desafios. “Algum tempo depois assumi uma sala de recuperação paralela e também orientei os estudantes na criação de uma emissora escolar, a Rádio Zika”, afirmou ela.
Para a implantação do projeto da rádio, Angélica ressalta a importância das possibilidades de formação profissional que são oferecidas aos profissionais da rede municipal de ensino. “Fiz um curso nessa área que me ajudou muito na hora em que fui procurada pelos estudantes envolvidos no projeto”, disse.
Foi quando surgiu a oportunidade de trabalhar com educação de jovens e adultos, qualificada por ela como “amor à primeira vista”. Em 2017, essa vocação se consolidou com a transferência para o CIEJA Vila Sabrina, uma unidade que se dedica exclusivamente à educação de jovens e adultos.
Depois de dois anos como professora, Angélica assumiu o cargo de coordenadora pedagógica, que lhe permite ter uma visão ampla da complexidade que é “lidar com essas pessoas a quem a sociedade negou o direito à educação na época adequada de suas vidas”.
De acordo com Angélica, a maior dificuldade enfrentada quando começou a trabalhar com jovens e adultos foi a enorme disparidade de perfis e níveis de aprendizagem. “Temos de tudo por aqui. Estudantes de outros países, estudantes trans, adultos com deficiência, jovens reeducandos, senhoras que querem se alfabetizar para ler a Bíblia”, explicou ela.
O histórico de machismo e negação de direitos das mulheres da sociedade brasileira se reflete nos números de estudantes matriculados nas unidades de EJA da rede municipal de ensino. Do total, 76,5% são mulheres, e 59,9% delas se declaram negras ou pardas. “Elas deixam a escola porque foram proibidas pelos pais ou maridos, por assumirem muito cedo responsabilidades do mundo adulto ou por uma um gravidez não planejada. Aí voltam a estudar em busca de dignidade, melhores condições de emprego e realização pessoal”, ressaltou Angélica.
A pandemia foi um desafio muito grande para a educação de jovens e adultos. “Falávamos de aulas online enquanto pessoas eram despejadas de suas casas e só tinham como opção viver nas ruas”, exemplificou Angélica. Além de encontrar alternativas viáveis para transmitir o conteúdo pedagógico e evitar a evasão, os profissionais se viam diante da necessidade de realizar um atendimento social que garantisse aos estudantes condições básicas de sobrevivência, com a distribuição de cestas básicas e estímulo ao empreendedorismo local.
Hoje, aos 40 anos, Angélica coleciona histórias comoventes e divertidas dessa relação especial com os estudantes do CIEJA Vila Sabrina. “No início de 2019 recebemos uma verba adicional da Secretaria e resolvemos promover uma excursão à praia, que foi batizada como ‘Farofão do Cieja’. Foi a primeira vez que muitos de nossos estudantes viram o mar. Quando viemos embora não ficou um lixo para trás e o que trouxemos foram lembranças e trocas significativas, que nenhuma sala de aula nos permite construir”.
Série Mulheres na Educação – Durante o mês de março, a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo exibe em seus canais de comunicação a série dedicada às mulheres. São matérias com diferentes personagens femininas que estão em nossas escolas e que contam um pouco da sua trajetória na Rede paulistana. Conheça histórias de outras mulheres.
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