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II Sarau da Pessoa no CEU Cidade Dutra traz histórias de vida e poesias

Sarau emociona e leva reflexões sobre o dia-a-dia no Brasil. Houve declamações de poesias e histórias de vida

Publicado em: 05/07/2017 16h51 | Atualizado em: 30/11/2020

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Em um palco improvisado, há dois microfones postos a serem utilizados. Para o público, 31 “cadeiras poéticas” foram colocadas em um semicírculo. As bibliotecárias organizadoras do II Sarau da Pessoa, realizado no dia 24 de junho no Centro Educacional Unificado (CEU) Cidade Dutra, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Capela do Socorro, chamam assim as cadeiras, pois em cada uma há um poema pendurado em um pequeno laço. Tem Cecília Meireles, Guilherme de Almeida e Nicolas Behr.

A bibliotecária Cíntia Mendes inicia o Sarau, chamando o público de 20 pessoas para ir aos microfones e declamar qualquer poesia. “Venham, sintam-se à vontade para declamar uma poesia. Não tenham medo”, diz, com sorriso no rosto.

O público, no momento, está acanhado. Cíntia começa, declama uma poesia de Manoel de Barros, “O menino que carregava água na peneira”.
Fala com empolgação. Encena com o rosto cada verso descrito.

Na sequência, Beatriz, também bibliotecária, levanta-se e declama Paulo Leminski, “M. de Memória”. Fala cada verso com animação e encena, com as mãos, o que é falado. Terminando, Cíntia retorna e pergunta, de maneira animada, se alguém quer declamar. “Não tenham vergonha, sabemos que está lotado, mas podem escolher uma poesia, sem medo”, diz, e o público ri.

Mais uma vez, empolgada, a bibliotecária declama uma poesia que se lembra desde a sua infância, “Barcos de Papel”, de Guilherme de Almeida. Recebe aplausos e ouviu até um “uau” dos participantes. “Quando a gente decora uma poesia, parece que você ‘veste’ aquilo, fica mais profundo”, reflete. “Fiquem à vontade para escolher uma poesia e vir até aqui na frente, pois o Sarau nada mais é que um encontro, um encontro de pessoas para trocar elementos poéticos, não necessariamente uma poesia, mas pode ser uma história, apresentação musical, podem ser encenações ou falar algo para todos”, explica para o público.

Declama uma terceira poesia, “Soneto de Fidelidade”, do Vinícius de Moraes. No final, agradece alegre.

O Sarau da Pessoa busca valorizar histórias de pessoas da comunidade. “Há histórias de livros, mas por que não falar histórias reais”, pergunta Cíntia. Max Mu, participante do Sarau, levante-se para declamar Gregório de Matos, “Que Falta Nesta Cidade?”. Recita com força na voz, usa entonação elevada para citar as fortes palavras deste poema. Recebe aplausos e agradece.

Uma participante do Sarau toma coragem e declama Ferreira Goulart, “Traduzir-se”. No final, aplausos preenchem o espaço. Outro participante levanta-se e explica que poucos poetas falam com ele. Gosta de Fernando Pessoa, pois é trágico. Começa a declamar “O Horror de Conhecer”. Mais aplausos, mais aplausos.

Para a parte musical do II Sarau da Pessoa, Cíntia apresenta Yara Barros, musicista. Yara começa, explicando que está muito feliz em participar deste Sarau, pois “é raro ter oportunidades assim, dando voz à comunidade”. Canta Amelinha, Elis Regina, Zé Ramalho e Tim Maia. Todos bailam, com as cabeças, as músicas tocadas e vozes murmuram as notas. Barros é sorridente, canta com um sorriso largo.

Histórias de vida – Cíntia retorna ao microfone. “Por que Sarau da Pessoa? Porque nós exaltamos as histórias de vida das pessoas. Nós recebemos histórias da comunidade, estamos sempre dispostos a contar estas histórias”, pronuncia. A bibliotecária chama Beatriz, que vai ler a primeira história do Sarau. “Vamos falar sobre a Lucivanda”.

Beatriz explica, antes de começar, que este relato mexeu com os seus sentimentos, e que fará uma leitura dramática. “Esta história chegou pelo correio e possui muita força, algo que mexeu desde a primeira leitura”, conta, “Como se diz no Museu da Pessoa, ‘quando uma pessoa morre, é como se uma biblioteca inteira fosse destruída’, por isso é importante contarmos histórias”. Beatriz encena, com a voz, cada palavra descrita. Quando é triste, sua voz abaixa-se. Quando é alegre, a voz ganha entonação. Pessoas aplaudem, algumas estão emocionadas.

Novamente para a parte musical, Cíntia chama Alan, aluno do Projeto Guri, para tocar violão. Alan tem 16 anos e é a primeira vez que se apresenta sozinho. Apresenta “João e Maria”, do Chico Buarque. Toca com simpatia, acompanhado de um sorriso. O público canta cada nota solta.

Na segunda história de vida, de Max Mu, Cíntia participa encenando e interpretando as palavras com a voz e com as mãos. O público vidrado, alguns, novamente, emocionados. Max Mu, protagonista da história, agradece e ressalta que “todos devemos ser mais humanos e ouvir mais as pessoas”.

Yara Barro, antes de finalizar o Sarau, toca mais quatro músicas, sempre sorridente e empolgada. Beatriz, emocionada, agradece a presença de todos e finaliza o II Sarau da Pessoa.

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