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CEIs da Rede Municipal de Ensino valorizam cultura Africana com Projeto Xirê e experiência gastronômica

Iniciativa promove a reflexão antirracista e a valorização da culinária africana entre crianças, com intercâmbio cultural e formação para merendeiras.

Publicado em: 31/10/2024 15h25 | Atualizado em: 04/10/2024

Arte com três fotografias de crianças comendo.
Os Centros de Educação Infantil (CEIs) da rede parceira administrados pelo Instituto Criesp estão promovendo ações dedicadas à cultura africana e afro-brasileira. Foi organizada uma experiência gastronômica com um restaurante especializado em culinária africana, permitindo que os pequenos explorassem de forma prática e envolvente. 

A ação faz parte do Projeto Xirê que possibilita a reflexão sobre as práticas educacionais antirracistas a partir do olhar da criança e está em desenvolvimento durante todo o ano. Dentro do projeto, as crianças tiveram contato com países africanos como Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e entre outros com a vivência “Conexão África e Brasil” em que as escolas de lá, mandaram vídeo com suas crianças para os CEIs, contando um pouco sobre sua cultura.

Além disso, as cozinheiras das unidades do Instituto Criesp tiveram um dia de formação no restaurante Manden Baobá, localizado na Vila Mariana, que é especializado em culinária africana e faz tributo a riqueza das tradições culinárias de Angola, África do Sul, Benin, Congo, São Tomé e Príncipe e Mali. 

Uma das unidades que participaram do projeto é o CEI Pinguim de Mochila, da DRE Itaquera. “No primeiro momento, elas puderam ir até o restaurante, conhecer a culinária e experimentar o prato. Tiveram acesso também ao Baobá, que é um fruto que dá somente na África, não tem aqui. Em um segundo momento, elas tiveram uma formação de como preparar essa alimentação”, contou Sabrina Mascarenhas, diretora do CEI Pinguim de Mochila.

Depois que as cozinheiras tiveram a formação, foi o momento de unir o projeto Xirê, com um outro projeto que acontece todo ano nas unidades, o “Experimenta”. Nele, é trabalhada a questão culinária, em que restaurantes pré-selecionados vão até as unidades, que ficam decoradas para simular o ambiente, e servem algum prato para os pequenos. O Experimenta foi elaborado pensando na questão que a maioria dos CEIs administrados pelo Instituto Criesp estão localizados em áreas periféricas e muitas crianças não têm acesso a certos restaurantes. 

“Tem crianças que não conseguem ir em um restaurante, não tem esse conhecimento ainda, então, numa determinada época do ano, a gente organiza para trazer um restaurante para dentro da unidade escolar. E aí, como a gente está trabalhando sobre as práticas antirracistas, por que não trazer a culinária também”, contou Sabrina.

Para a culminância do projeto Xirê unido ao Experimenta, as unidades decoraram o espaço do refeitório com elementos da cultura africana, fazendo uma releitura do restaurante Manden Baobá. Foi elaborado o “Cardápio dos Miúdos” de acordo com CODAE, mas sem fugir da culinária africana, utilizando ingredientes que as crianças já estão acostumadas a consumir no cotidiano das unidades, com releituras de pratos típicos do Marrocos, Nigéria e São Tomé e Príncipe. 

Foi preparada uma salada com grão de bico, pepino, tomate, cenoura, ovos cozidos, azeite, vinagre e sal. O prato principal foi o Jollof Rice, um arroz temperado com molho caseiro, acompanhado de sobrecoxa assada e páprica defumada. Não podia faltar a sobremesa, o Fiote, que é um bolinho de banana. E para o refresco, o suco de Múcua, fruto do Baobá trazido de Angola pelo restaurante.

“Elas preparam esse cardápio pra gente servir e preparamos o ambiente como se fosse o restaurante. É um trabalho muito rico e importante, e esse do projeto Xirê então, eu acho que deu mais ênfase a tudo isso que a gente vem trabalhando durante todo esse tempo”, falou Sabrina.

 

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