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Visita no quilombo mais antigo de SP inspira ações antirracistas na Rede Municipal

Excursão ao Quilombo de Ivaporunduva, em Eldorado Paulista, fez parte do PEA de educadores de duas escolas da DRE Campo Limpo

Publicado em: 31/03/2023 13h58 | Atualizado em: 31/03/2023

 

Montagem com fundo branco e três fotografias. Na primeira, há pessoas caminhando em uma trilha, em volta deles tem várias árvores. A do meio tem uma placa de madeira com o texto "Quilombo de Ivaporunduva". Na última pessoas estão sentadas de costas para a foto, na frenet delas há um homem de pé.

Para a construção dos momentos de Jornada Especial Integral de Formação (JEIF) e do Projeto Especial de Ação (PEA), professores, membros da gestão e convidados das EMEFs Jardim Mitsutani I – Jornalista Paulo Patarra e CEU EMEF Cantos do Amanhecer, ambas da DRE Campo Limpo, foram à uma excursão de ecoetnoturismo no Quilombo de Ivaporunduva, no município de Eldorado Paulista. 

A ação foi vinculada às propostas antirracistas da SME. Antes da visita foram promovidos debates e estudos, para oferecer um repertório mínimo para os participantes. Eles foram apresentados a algumas noções sobre o quilombo com dados, citações e anexos, tudo com o objetivo de propiciar um melhor aproveitamento do passeio.

“Escolhemos o Quilombo de Ivaporunduva porque, além de ele ser o mais antigo de São Paulo, é um dos mais antigos do Brasil. Muita gente de lá percorre o Brasil para auxiliar outros quilombolas com os direitos sobre suas terras”, contou Fábio Barreto,  professor de Língua Portuguesa nas duas EMEFs.

Acolhidos pelas lideranças quilombolas, os visitantes tiveram a oportunidade de assistir uma palestra sobre a história do quilombo, participaram de um almoço com produtos da agricultura local e fizeram uma trilha. Ainda puderam participar de oficinas de tear com palhas de bananeira, mostrando o aproveitamento de 100% da planta; e sobre plantas medicinais.

A excursão ecoenoturística também contou com uma visita ao centro da vila e a igreja construída no século 17, além da demonstração de como os ancestrais caçavam e armavam as armadilhas para caça e subsistência; e sobre a gestão da terra, agricultura familiar em harmonia com a mata atlântica e como é feito o plantio da banana. 

“Foi impactante. Primeiro porque a cultura negra é coisa do presente, e não do passado; segundo porque no Brasil existem várias culturas negras e a gente desconhece”, disse Fábio sobre o passeio. “A maneira que eles têm uma relação de respeito com a terra é uma perspectiva diferente do agronegócio”, finalizou.

Os docentes e gestores que foram à excursão serão multiplicadores dos ideais expostos. No CEU EMEF Cantos do Amanhecer, acontecerá mais uma edição da Semana Literária, dessa vez na temática antirracista; na EMEF Jardim Mitsutani I – Jornalista Paulo Patarra será a primeira vez que o evento irá acontecer, idealizado pelas professoras da Sala de Leitura. Em ambas as escolas, o evento seguirá o mesmo tema, com produções autorais dos estudantes que dialoguem com a literatura negra, ainda serão apresentados autores negros e seus contos e Histórias em Quadrinhos (HQs).

 

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