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Todo dia é da Consciência Negra no CEI Palmira dos Santos Abrante

Atividades de educação para as relações étnico-raciais aconteceram durante todo o ano de 2016

Publicado em: 26/12/2016 11h38 | Atualizado em: 30/11/2020

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No mês de novembro, as atividades sobre a Consciência Negra tomaram conta das Unidades Educacionais da Secretaria Municipal de Educação (SME). No Centro de Educação Infantil (CEI) Palmira dos Santos Abrante, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Santo Amaro, as atividades de educação para as relações étnico-raciais aconteceram durante todo o ano, norteadas pelo objetivo de valorizar a cultura e a promoção do resgate da identidade negra.

As atividades procuraram incluir não só os alunos, mas também o corpo docente, buscando incentivar as reflexões referentes às questões da infância negra. Uma oficina de turbantes com as professoras procurou tratar sobre os diferentes usos da peça nas diversas culturas.

A coordenadora pedagógica Cíntia D’Avansso explica a necessidade das atividades por todo o ano. “Entendemos que a criança não é só o presente, ela é constituída de tradições culturais de um passado histórico, no qual podemos afirmar que ocorre um encontro cronólogico, biológico, social e cultural das gerações”, ressalta Cíntia.

A coordenadora também destaca a importância da representatividade. O projeto é norteado pela ideia da criança protagonista, capaz de criar e recriar em diferentes situações, levantando hipóteses sobre sua estética. Para isso, os cantinhos da escola contam com bonecas e bonecos negros. “A criança necessita de representação e cabe à escola oferecer essa oportunidade. É importante que os pequenos possam se perceber em meio a esse material”, conta a coordenadora.

Ações pontuais – A escola também realizou o painel “Guia Prático da Carapinha”, trazendo dicas de beleza e cuidado com os cabelos das crianças e da equipe escolar. A representação estimulou a construção ou resgate da representatividade, promovendo mudanças na produção das crianças, que demonstraram preocupação com a representação do negro, procurando, por exemplo, fugir de estereótipos nos traços de seus desenhos.

Em novembro, a comemoração do mês da Consciência Negra se deu em um Baile Black. Procurando reforçar o trabalho realizado durante todo o ano, as professoras pesquisaram e organizaram cada detalhe, como as músicas de cantores negros que marcaram suas gerações, bem como decorações e elementos da época de ouro da música negra. A coordenadora Cíntia destaca a participação das famílias dos alunos. “Eles capricharam no figurino das crianças, trazendo o resgate da beleza e cultura black music”, comenta.

As iniciativas da escola também deram espaço para a literatura. Buscando promover uma leitura não hegemônica e aproximar positivamente as crianças aos diferentes contextos históricos e culturais, o CEI realizou o Leituraço, apresentando, entre outras histórias, “Chuva de manga”. A equipe aproximou os alunos da história possibilitando que eles saboreassem mangas doces, estimulando vários sentidos, como o paladar, o tato e o olfato.

Para Cíntia, a ação do CEI mostra que educar para as Relações Étnico-Raciais vai muito além de ações pontuais, mas sim, de um trabalho persistente de reparação histórica. “Fica clara a importância de não se dar por finalizado este fazer, que apenas iniciou um processo de retomada, construção e ressignificação da nossa identidade. Almejo o dia que não será necessário abordarmos temas sobre a diversidade e que o diferente seja reconhecido como natural”, comenta a coordenadora pedagógica.

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