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Dez escolas municipais são premiadas na 4ª edição do Território Educativos

Iniciativa reconhece e valoriza projetos que favoreçam o vínculo da escola com seu território, em conexão com a cultura e a cidade

Publicado em: 01/10/2019 15h02 | Atualizado em: 30/11/2020

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Na última sexta-feira, 20 de setembro, foram divulgados os 10 projetos da Rede Municipal de Ensino selecionados pelo Instituto Tomie Ohtake para a 4ª edição do Prêmio Territórios Educativos.

A ação do Instituto em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo visa reconhecer, estimular e aprofundar experiências pedagógicas e ações escolares, por meio de projetos que favoreçam o vínculo da escola com seu Território, em conexão com a Cultura e a Cidade.

Ao todo, foram 119 projetos enviados por Escolas da Rede Municipal de Ensino de diferentes regiões da capital relatando suas experiências de aprendizagem na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Bilíngue e Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial, todas ligadas aos territórios da cidade.

Confira os projetos selecionados:

EMEF Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira – DRE Campo Limpo

Projeto: Agro Floresta Urbana: Um laboratório a céu aberto integrado ao Currículo da Cidade e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O projeto atua na transformação e revitalização de áreas improdutivas próximas à escola através de mutirões, cortejos poéticos e manifestações artísticas pelo bairro. Foram realizadas atividades de cultivo, oficinas de jardinagem e horta, chuva de sementes, composteira e minhocário na área próxima ao córrego Olarias, local de acúmulo de lixo, entulho e mato. A manutenção da Agro Floresta faz parte das atividades escolares de todas as turmas, que participam do cultivo, preparo do solo, observação e seleção de material orgânico. Contam com a assessoria de um engenheiro florestal e uma engenheira agrônoma e com as profissionais da cozinha, que auxiliam diariamente na seleção de material orgânico.

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CEU EMEF Paulo Gonçalo dos Santos – DRE Santo Amaro

Projeto: Cidade CEU – informação, conhecimento e moradia

A ideia central deste projeto é o entendimento do direito à cidade a partir da construção de uma cartografia social com alunos e alunas do 8º ano, aproximando-os do saber geográfico e integrando o saber escolar ao movimento real do território. O prédio do CEU Paulo Gonçalo dos Santos convida à observação de um amplo espaço da periferia da cidade de São Paulo, geografia complexa que exige de seus professores e de seus alunos uma atitude de investigação do território. Os conceitos presentes nos livros didáticos, como força de trabalho, capitalista, atividade industrial, tecnologia e política habitacional, levaram à questão urbana e aos problemas de moradia que cercam a escola. Foram realizadas análises sobre o saneamento básico, formas de construção das casas, histórias dos moradores e infraestrutura urbana, com depoimentos de migrantes e estudos sobre acessibilidade, conhecendo o real movimento da espacialidade urbana.

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EMEF Neuza Avelino da Silva Melo – DRE São Miguel

Coletivo Estudantil Neuza Avelino: Reescrevendo as histórias de nossa comunidade pela ótica de Mulheres extraordinárias

O Coletivo Estudantil Neuza Avelino (CENA) nasceu do desejo espontâneo de buscar representatividade em nome de uma escola pública democrática. Neuza Avelino da Silva Melo (1942-2010), patrona da escola e nome escolhido para o coletivo, foi uma corajosa militante nordestina que construiu sua vida em São Paulo, mais precisamente no bairro de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, e foi presidenta da Associação Comunitária das Mulheres do Movimento Sem Terra, lutando por direitos e justiça social. O bairro de Ermelino Matarazzo, situado na Zona Leste de São Paulo, historicamente possui um forte movimento pela moradia, do qual muitas mulheres estiveram à frente, mas suas histórias não foram contadas. O coletivo está se apropriando da história do bairro e pretende registrá-la pela ótica das mulheres, recontando suas vivências e trajetórias.

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CIEJA Vila Prudente / Sapopemba – DRE São Mateus

Em busca de afro-referências nos territórios da cidade de São Paulo

O projeto debate a contribuição das culturas afro-brasileiras e africanas na configuração do Brasil a partir de territórios produzidos e marcados pela presença negra na cidade. O objetivo é demonstrar que a presença negra neste território extrapola o marco trágico da escravização, reconhecendo os povos africanos como sujeitos ativos e criativos para a formação das cidades e do país. Sem traçar uma linha do tempo de conjunturas de um passado remoto, as “Expedições CIEJA”, que aconteceram dez vezes, percorreram instituições e territórios na busca de “afro-referências”. Para melhor compreender os territórios visitados, no espaço da escola foram realizados debates, palestras e problematização de obras cinematográficas e textos.

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EMEF Desembargador Amorim Lima – DRE Butantã

O território e a construção de novas narrativas

O projeto visa à implantação de uma proposta político-pedagógica que forme pessoas na sua integralidade, nas dimensões afetiva, ética, física e intelectual, por meio da integração da escola com o território. Essa articulação escola-território é criada a partir de vivências pedagógico-educativas: pedagógicas, pois muitas vezes estão ligadas estritamente à escolarização, e educativas, pois acontecem em outros espaços de aprendizagem. A escola conecta-se com diferentes equipamentos culturais e de seu entorno para a realização de um projeto voltado para a articulação de saberes e fazeres do território, tendo na pluralidade dessas experiências a premissa essencial à integralidade da educação de crianças e jovens brasileiros.

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EMEBS Helen Keller – DRE Ipiranga

Passeios Culturais – Acesso e inclusão

O projeto Passeios Culturais nasceu com o propósito de formação de público surdo, divulgando atividades culturais com acessibilidade em Libras para a comunidade surda mediante a oferta de convites para espetáculos inscritos em programas de fomento e incentivo à cultura e comprometidos com a lei da inclusão. A divulgação das gratuidades, ao considerar fatores como acompanhamento, contextualização dos temas, deslocamentos e localização geográfica, além de conscientização das famílias sobre o direito à gratuidade para deficientes e acompanhantes, deu origem a uma agenda de passeios aos finais de semana, levando em conta o número de ingressos disponíveis, a relevância do tema, a faixa etária indicada, a facilidade de locomoção por meio de transporte público e a disponibilidade de educadores em guiar os trajetos. Para vencer a barreira da língua e propiciar entendimento entre surdos e ouvintes – alunos, professores e familiares –, foi criado o grupo de WhatsApp “HK Cultural”, contemplando a comunicação em língua portuguesa escrita e língua de sinais por meio de vídeos.

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CIEJA Clóvis Caetano – DRE Ipiranga

Projeto Curricular Integrado Planeta Sustentável

O projeto foi desenvolvido a partir da intenção de problematizar, junto com a comunidade educativa, dois ODS da Agenda 2030 da ONU escolhidos pelos educandos mediante eleição: “Fome Zero e Agricultura Sustentável” e “Cidades e Comunidades Sustentáveis”. A escolha veio ao encontro de questões da comunidade escolar e do entorno percebidas pelos estudantes, como situações de carestia vivenciadas por alguns e um problema específico de descarte de entulho, objetos e lixo orgânico. Foram realizadas experiências pedagógicas de desenvolvimento integral articulando as áreas do conhecimento, incursões pelo território no qual a escola se insere, construção de hortas e composteira em espaço escolar externo e partilhado com a comunidade local, saídas pela cidade e intervenção no espaço de descarte de lixo, possibilitando a percepção dos problemas apontados em escala pessoal, local e global.

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CEI Vereador João Toniolo – DRE Freguesia / Brasilândia

Saídas Culturais – Ultrapassando os muros do CEI

O projeto Saídas Culturais realiza visitas das crianças a espaços culturais e sociais fora do CEI e que estão diretamente relacionados às atividades desenvolvidas durante o ano. Possibilita, também, a vivência na escola de experiências sociais e culturais vindas de fora. Esses espaços e atividades são utilizados com o propósito de interação com a comunidade local, suas expressões culturais, hábitos e costumes. Durante o ano letivo, as crianças participaram de atividades culturais apresentadas nas bibliotecas do entorno, visitaram parques, feiras livres, praças e a EMEI vizinha, além de vivenciarem dentro do CEI a presença de teatros, circo, apresentação dos cães da GCM, entre outras experiências.

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EMEI Professor José La Torre – DRE Capela do Socorro

Territórios brincantes: revelando as múltiplas formas de ser criança no extremo sul – vivências com a infância guarani

Ao constatar que a articulação com o território e as práticas pedagógicas voltadas à educação para as relações étnico-raciais eram pontos sensíveis do Projeto Político Pedagógico, e considerando a brincadeira como linguagem especial da infância, foi realizado um trabalho de pesquisa acerca das diferentes maneiras de ser criança e experimentar a infância no local da escola. Tal pesquisa revelou a proximidade geográfica com a aldeia indígena Tenondé Porã e a potência de aproximar as crianças do modo de vida guarani, ampliando seus repertórios e possibilitando a ruptura com imagens estereotipadas e estigmatizadas dos povos indígenas. A parceria com o CECI (Centro de Educação e Cultura e Indígena) foi fundamental para o desenvolvimento desta proposta, possibilitando momentos de troca de saberes e experiências entre crianças e educadores indígenas e não indígenas. No âmbito do intercâmbio de brincadeiras, as crianças puderam, ainda, participar de atividades como culinária, plantio, artesanato, pintura corporal e exploração do território.

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EMEF Padre José Pegoraro – DRE Capela do Socorro

Um país chamado Grajaú: cartografia afetiva do bairro, sua história, personagens, movimentos, coletivos e organizações sociais

O projeto alia a produção de um mapa interativo e digital, através do conceito de cartografia afetiva, com a história do bairro do Grajaú, especialmente no que diz respeito à atuação de movimentos político-culturais, organizações sociais, lideranças de bairro e a defesa do meio ambiente. A ideia central é a ressignificação da relação dos estudantes com o bairro, ajudando-os a entender este território como um espaço rico de histórias e personagens, em diferentes áreas de atuação, que ajudam a fazer do Grajaú um território educador. As atividades desenvolvidas são a pesquisa sobre o território, escolha de pessoas e lugares para serem melhor estudados, criação de pauta para entrevista e visita aos lugares escolhidos, entrevistas e visitas a estes lugares e produção de relatórios que, futuramente, irão subsidiar a produção do mapa afetivo.

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