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CEU Casa Blanca sedia desfile na 8ª edição do “Moda no CEU”
Evento contou com presença do diretor da SPFW, Paulo Borges, e os artistas Emicida e Evandro Fióti
Publicado em: 27/10/2016 16h27 | Atualizado em: 30/11/2020O Centro Educacional Unificado (CEU) Casa Blanca recebeu, em seu teatro, o desfile da marca “Laboratório Fantasma”, do rapper Emicida e o cantor e compositor Evandro Fióti. A apresentação foi uma das atividades desenvolvidas para a 8ª edição do projeto “Moda no CEU”, iniciativa que aproxima as unidades educacionais ao mundo da moda e da São Paulo Fashion Week (SPFW).
O evento começou com um discuso da gestora do CEU Casa Blanca, Regiana Paixão, sobre a importância do desfile para o CEU. Ela também passou a programação do desfile e apresentou os convidados.
Logo após Regiana deixar o palco, as luzes do teatro se apagaram e, no fundo, uma música do Emicida começou a tocar. Quando as luzes se acenderam, o rapper estava no centro do palco, cantando. Alguns minutos depois, ele saiu do palco e deu espaço para o início do desfile.
A Laboratório Fantasma, marca de Emicida e Evandro Fióti, realizou um desfile exatamente igual ao apresentado na SPFW na última segunda, 24 de outubro.
A reunião das e dos modelos para saudar o público marcou o término do desfile. Em seguida, o fundador e diretor da SPFW, Paulo Borges, subiu ao palco para mediar um bate-papo entre Emicida e Evandro Fióti.
Bate-papo – Durante os aproximadamente 30 minutos de conversa, Emicida e Fióti falaram sobre a importância de levar o SPFW para o CEU Casa Blanca, de encorajar a periferia a seguir seus sonhos e reivindicar seus direitos. “Temos que fazer esse trabalho e passar nas quebradas, falando que vocês têm sua grandeza e têm sua voz”, disse Emicida, dirigindo-se ao público no bate-papo.
Na sequência, Paulo Borges abriu a roda de conversa para o público, que pôde fazer perguntas. O estudante de 13 anos, Thiago, do 7° ano, emocionou-se na hora de fazer perguntas para o rapper Emicida e caiu em lágrimas. Essa comoção fez com que ele subisse ao palco e sentasse ao lado do cantor para fazer sua pergunta.
Ao perguntar para o cantor qual é o sentimento que ele tem ao pegar no microfone, Thiago obteve sua resposta. “Um poder desses traz grandes responsabilidades. Se o que eu coloco na ponta da minha caneta ajuda alguma criança a acreditar no sonho dela, eu fico feliz”, contou Emicida.
A emoção de Thiago tem sua explicação. “Eu me emocionei porque eu gosto de rap faz muito tempo e o primeiro rapper que eu ouvi foi o Emicida”, disse. Além disso, o estudante comentou sobre a sensação de estar no palco com um de seus ídolos. “Meu coração estava a milhão, eu sempre quis conhecer ele”, completou.
O CEU – Regiana Paixão, gestora do CEU Casa Blanca, comemorou a vinda do desfile à unidade escolar. A gestora contou que o desfile possibilitou o acesso das pessoas ao mundo da moda e que isso fez com que todos se sentissem parte dele. “Foi importante para mostrar que quem consome moda está em todos os lugares da cidade”, complementou Regiana.
De acordo com a gestora, a participação do rapper Emicida foi fundamental para o sucesso do evento, devido à importância do rap para a comunidade. “O rap aqui na periferia é instrumento de politização, é uma forma de se libertar”, disse Regiana. Para ela, o rap é uma forma de contextualizar a realidade que se vive todos os dias na periferia.
O SPFW – O fundador e diretor da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, que esteve no evento como mediador do bate-papo, disse que o projeto de levar o SPFW aos CEUs é um marco histórico. Isso porque, para ele, o projeto trabalha a questão do ser humano com discussão, inclusão e dignidade.
Borges ainda afirmou que a maior contribuição do projeto é fazer com que as pessoas sintam-se capazes de acreditarem e terem sucesso em seus sonhos, o que ele chama de “abrir os olhos da alma”. “Sucesso é uma conquista feita por meio do trabalho. Mas não existe trabalho se não existirem os olhos da alma abertos”, completou.
A Laboratório Fantasma – Os irmãos Emicida e Evandro Fióti, donos da marca “Laboratório Fantasma”, contaram que mostrar o seu trabalho, desenvolvido nos últimos sete anos, numa perspectiva construtiva e realista foi o diferencial do desfile.
Fióti acredita que a maior contribuição deles para os presentes no teatro do CEU Casa Blanca foi a de motivá-los, “mostrar para eles que com perseverança, foco, trabalho, determinação é possível você vislumbrar e alcançar os seus objetivos de vida, seja qual sonho for”, disse. “O que a gente veio fazer aqui foi propor que a pessoa consiga alimentar a esperança, consiga se imaginar em outra posição”, comentou.
Emicida compartilha da mesma linha de raciocínio de Fióti. “Quero que essa molecada coloque a criatividade delas onde for, seja numa passarela, seja no microfone, seja advogando, seja como médico… Quero que elas acreditem que podem mudar o mundo, porque elas realmente podem”, observou Emicida.
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