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Professor da DRE Butantã fica com o primeiro lugar no Prêmio Professor em Destaque

Leno Vidal, da Emef José de Alcântara Machado, foi reconhecido pelo projeto “Eu Venho do Mundo; Raízes Pankararu”

Publicado em: 04/11/2016 14h57 | Atualizado em: 30/11/2020

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Por seu projeto “Eu Venho do Mundo: Raízes Pankararu”, que existe desde 2015, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) José de Alcântara Machado, o professor de artes Leno Vidal foi premiado com o primeiro lugar da edição de 2016 do Prêmio Professor em Destaque, concedido pela Secretaria Municipal de Educação.

Responsável por transformar a sala de artes da escola em um verdadeiro museu da cultura indígena e o entendimento de professores e alunos a respeito das nossas comunidades originárias, “Eu Venho do Mundo: Raízes Pankararu” nasceu nesta escola vizinha ao Real Parque, reduto da tribo pernambucana Pankararu. Vindos daquele estado na década de cinquenta, eles se fixaram nessa região da zona oeste e são hoje compostos por algo como quinhentos membros.

Leno explica que o objetivo principal da iniciativa era ampliar os conhecimentos dos alunos, os quais muitos são Pankararu. “O contato com o projeto faz ampliar a noção dos alunos a respeito das tribos indígenas. Entrando nessa sala eles passam a entender melhor esse mundo que os cerca e sobre o qual pouco ouvem falar. Assim é que, trabalhando a visão do colonizado, promovemos o empoderamento da cultura indígena e descolonizamos o currículo”, completa Leno.

No entanto, logo o empreendimento tomou vulto e ganhou novas dimensões, algo inesperado para o professor de artes paraense, que se identifica como descendente de indígenas. “Com o tempo, percebemos que o entendimento dos alunos e do corpo de professores tinha mudado. Foi aí que o projeto passou a ser reconhecido, e conseguimos montar essa sala aqui; também sediamos o Dia Internacional da Mulher Indígena, no 5 de setembro, com lideranças indígenas das tribos Fuini-ô, Kariri Xocó, Tupinambá, Pankararu, Pankararé e Pataxó; e além disso fomos premiados no Territórios Educativos, do Instituto Tomie Ohtake, no Professor Destaque e pelo Arte na Escola na categoria EJA”, explica ele.

Sobre a continuidade do projeto, Vidal explica que agora a perspectiva é incorporar mais culturas e povos aos ensinamentos das aulas. “A ideia para o ano que vem e para os próximos é a ampliação de estudo para outros povos indígenas, para que possamos ter um entendimento melhor, um olhar globalizante”. Ele conclui revelando um plano que deve animar os alunos: “Há ainda a ideia de levar os estudantes para Pernambuco, conhecermos os Pankararu que ficaram por lá, e trazermos professores indígenas de lá para cá”.

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