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EMEI Jardim Keralux desenvolve projeto sobre diversidade

Atividades tiveram início no mês de agosto e foram finalizadas em novembro

Publicado em: 28/12/2016 10h37 | Atualizado em: 30/11/2020

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A Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Jardim Keralux, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Penha, trabalhou com os seus alunos um projeto com diversas atividades culturais voltadas para a diversidade. A proposta foi executada entre os meses de agosto e novembro.

O grupo de professores e gestão usou como inspiração para o projeto o texto utilizado pelos Projetos Especiais de Ação (PEA), “Múltiplas Linguagens de Meninos e Meninas No Cotidiano Da Educação Infantil” da pesquisadora Márcia Gobbi. Os tipos de linguagem que a pesquisadora cita no texto, tais como cinema, teatro, dança etc., foram utilizados no EMEI Jardim Keralux pela ótica da diversidade.

Dança – Pensando na ideia central do projeto, as professoras Suzete Lopes Brandão, Marlene Taira Melo, Damaris Justino e Elizete Bento escolheram o Carimbó como o estilo de dança a ser trabalhado com os alunos da manhã e tarde.

O Carimbó é uma dança de roda tradicionalmente executada em tambores que teve origem na cidade de Belém do estado do Pará e que mescla três tipos de culturas diferentes: a indígena, a africana e a portuguesa.

As professoras pensaram no Carimbó por se tratar de uma dança alegre. Para introduzir o tema para as crianças, elas promoveram rodas de conversas, apresentaram vídeos e, posteriormente, partiram para os ensaios.

De acordo com a professora Suzete, “o objetivo era ao menos plantar uma sementinha que mostrasse a eles que as danças e costumes têm uma origem, e que o Brasil é formado por essa grande miscigenação”. Além disso, as roupas foram produzidas com doações do pessoal que trabalha na EMEI.

No dia da apresentação, os alunos dançaram e, em seguida, convidaram o público a entrar na roda.

“A dança foi gratificante, os alunos se sentiram valorizados quando voltaram para a sala de aula ao perceberem que tudo deu certo”, afirmou a professora Suzete.

Cinema – Com o objetivo de fazer com que os alunos pudessem se enxergar e valorizar o próprio trabalho, bem como trabalhar as suas autoestimas, autonomia e responsabilidade, as professoras Marceli Pascon Nicoletti e Jucelia Melo da Silva decidiram entregar a câmera filmadora nas mãos das crianças e deixá-las livres para filmar a escola toda.

Os alunos filmaram o almoço e a equipe que ajuda a escola, além de outras salas de aula. No último dia do projeto, o vídeo com todo o conteúdo filmado foi transmitido para que eles pudessem ver o resultado dos seus trabalhos.

De acordo com a professora Marceli, as crianças ficaram entusiasmadas por estarem se vendo no vídeo e adoraram o projeto como um todo. Ela, inclusive, pretende futuramente repetir essa atividade com maior frequência, a fim de registrar outros trabalhos na escola durante o ano.

“Uma coisa que achei interessante no filme que eles fizeram foi o ponto de vista. Nós, adultos, vemos as coisas em outra perspectiva, de cima, e quando dei a câmera na mão deles, o ponto de vista mudou, porque eles estão vendo tudo ‘de baixo’”, declarou Marceli.

Artes – A professora Cristiane Patrícia de Souza trabalhou com artes e promoveu a confecção de brinquedos com sucata. Além disso, ela introduziu o tema da diversidade racial dentro do seu projeto, usando como inspiração o livro “Que cor é minha cor” da Martha Rodrigues.

Cristiane escolheu esse livro principalmente por um caso que ocorreu dentro da sala de aula, em que uma aluna não se enxergava como uma criança negra.

Ela explicou que, no início, a aluna ouviu a história e, no momento da pintura, em que ela mostrou a eles a caixa de giz étnico-racial, que tem a cor de várias tonalidades de pele, e pediu a eles que apontassem as suas cores de pele, a criança não soube qual escolher. Porém, com o andamento do projeto e conforme a professora foi conversando com ela e com a turma, a criança foi se familiarizando com o lápis da sua própria cor.

Posteriormente, quando precisaram pintar o boneco, a aluna já foi diretamente no giz com o seu tom de pele. Além da tonalidade da pele, a professora trabalhou também com a estética dos diferentes tipos de cabelo.

“O projeto teve um resultado positivo. Há algum tempo atrás, eu dei um Papai Noel para eles pintarem e não falei nada sobre cor. Ela veio me pedir aquele giz da caixa de lápis de cor, porque ela queria pintar o Papai Noel com a cor negra. Eu achei isso muito gratificante e até me emocionei, pois conseguimos trabalhar o preconceito e a autoestima”, afirmou Cristiane.

As professoras Simone Martins e Laudiceia de Oliveira do 5º ano, realizaram atividades distintas entre os períodos. Os alunos da tarde trabalharam com a história do livro “Menina Bonita do Laço de Fita” da Ana Maria Machado. Já os alunos da manhã conheceram o projeto “Pintores com a boca e os pés”.

A professora Simone se inspirou na história da Ana Maria Machado com o objetivo de poder utilizar tanto a parte cultural quanto a possibilidade de trabalhar a diversidade, mais especificamente a questão da etnia.

O livro conta a história de um coelho branco que se apaixona por uma menina negra. Ele quer conquistá-la e faz uso de todos os artifícios para ficar igual a ela.

“Mostramos às crianças, com essa história, que existem diferenças de cores e não necessariamente o padrão tem que ser uma pessoa branca, loira e com os olhos azuis. Muitas crianças não tinham noção das suas próprias cores, alguns achavam que todos eram brancos ou rosas como as cores do lápis de cor. Eles começaram a perceber que existem outras cores, não só as utilizadas para pintar. Com isso, passaram a entender melhor o outro”, explicou a professora Simone.

O projeto foi trabalhado de diversas formas. Primeiramente, com a contação e exibição de um vídeo com a animação da história do livro, para que eles pudessem depois reproduzir em sala, no teatro que eles mesmos produziram e atuaram. Posteriormente, criaram o Avental Mágico, uma encenação em que o avental era o cenário e as personagens eram os fantoches que estavam dentro de cada bolso, também produzidos pelas crianças.

O produto final foi a exposição de todo o projeto, ocasião em que os alunos carimbaram as mãos e fizeram toda a decoração da “Menina Bonita”.

Para a turma da manhã, a professora Laudiceia apresentou o projeto “Pintores com a boca e os pés”. Ela apresentou um vídeo para as crianças conhecerem que as pessoas com deficiência têm capacidade de realizar diversas atividades no dia-a-dia.

A atividade realizada foi a pintura. Na primeira etapa, tanto a professora quanto as crianças colocaram a camiseta por cima dos braços e pegaram os pincéis com a boca para pintar. Na segunda parte, tinham que se sentar com as mãos para trás e realizar a pintura com o pincel nos pés.

“Esse projeto fez com que os alunos começassem a ter consciência do esquema corporal deles, bem como a ter uma visão do outro, além de enxergar que são capazes de fazer produções não só com as mãos”, explicou a professora Simone.

Teatro – As professoras Raquel Ribeiro, Damaris Justino e Miriam Cristina Barbosa trabalharam com seus alunos um projeto de teatro.

No período da manhã, com a professora Raquel, os alunos produziram todas as etapas da peça e criaram uma história sobre uma menina que sofria bullying.

Os alunos da tarde trabalharam com a professora Damaris a respeito da história “O Coelho Sem Orelhas”, de Klaus Baumgart e Til Schweiger.

Fotografia e Literatura – As professoras do período da manhã, Andreia Novaes dos Santos e Patrícia de Araújo Silva, e as da tarde, Alessandra Ramalho Santos e Letícia Maria do Nascimento Paiva, realizaram projetos que envolveram literatura e fotografia.

As professoras Andreia e Patrícia conversaram com as crianças sobre a história da fotografia. Na parte prática da atividade, entregaram câmeras fotográficas nas mãos dos alunos. Elas notaram que as crianças se preocuparam muito com os detalhes de determinados momentos os quais elas consideraram interessantes na realização das fotos.

No período da tarde, a professora Letícia conversou com seus alunos sobre a função da fotografia e fez um comparativo entre fotos antigas e atuais, para mostrar, em termos de cultura, as diferenças nas paisagens, nas roupas e nos costumes. Posteriormente, a turma montou uma árvore com fotos do passado e do presente.

A professora Alessandra optou por ir para o lado da literatura. Ela trabalhou o projeto “Linguagem, Poesia e Literatura”, onde realizou a leitura do livro “Kunumi Guarani”, escrito por Wera Jeguaka Mirim, um menino guarani que conta a sua história na aldeia onde vive.

Ela escolheu esse tema por se tratar de um assunto difícil para trabalhar na escola de uma forma que não seja genérica, já que a história é de um índio real. Alessandra contou a história para as crianças e juntos fizeram uma comparação da vida delas com a vida dos índios. Além disso, produziram também um livro, em que ela foi a escriba e as crianças puderam contar a vida delas, tal qual o Wera fez no livro dele.

Os trabalhos foram finalizados em novembro e, de acordo com os professores envolvidos e com a gestão da EMEI Jardim Keralux, os resultados agradaram tanto o corpo docente como os pais e responsáveis.

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